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Todos os afegãos naturalizados brasileiros foram resgatados do Afeganistão

O convidado da reunião online, dia 10 de novembro, do Conselho Empresarial de Política e Comércio Exterior da ACRJ foi o embaixador brasileiro no Paquistão, Olyntho Vieira. Durante a apresentação sobre “Afeganistão, Cemitério dos Impérios”, transmitida de Islamabade, capital do país do sul da Ásia, o embaixador informou que a presença de brasileiros na região é praticamente inexistente.

“Basicamente alguns poucos afegãos, naturalizados brasileiros, que estavam no país e desejam retornar ao Brasil foram atendidos e as pessoas já estão no Brasil”, disse. Segundo ele, o Afeganistão é um tema que adquiriu relevância no Brasil e na maior parte do mundo ocidental por ocasião da partida das tropas americanas do território afegão, no último mês de agosto. O número de pedidos de pessoas que poderiam buscar refúgio no Brasil cresceu.

Olyntho Vieira comentou que os refugiados estão com pedido de acolhimento em análise e alertou que em alguns países essas solicitações podem demorar até cinco anos, que é muito tempo. Diante desse quadro, o embaixador explicou que o Brasil decidiu conceder o visto humanitário, a exemplo do que fez com os haitianos e sírios. Os afegãos têm 180 dias para pedir abrigo como refugiados, já que esse tipo de visto não corresponde ao reconhecimento de tal condição.

O embaixador chamou atenção para a situação humanitária do Afeganistão. “Não é exagero afirmar que existe uma crise de natureza humanitária no país nesses dias em que vivemos”. Um relatório recente do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados indica que a população do país tem cerca de 40 milhões de habitantes e que aproximadamente 14 milhões são afetadas por grave insegurança alimentar. Entre elas, cerca de três milhões de crianças com menos de cinco anos de idade, que devem “sofrer subnutrição aguda por volta do final deste ano”, caso não recebam um cuidado especial imediatamente.

De acordo com ele, por outro lado, o Programa Mundial de Alimentos informa que cerca de um terço da população sofre de insegurança alimentar e 95% das pessoas não conseguem se alimentar adequadamente, onde adultos deixam de comer para dar os alimentos aos filhos. Olyntho Vieira defendeu que a comunidade internacional se una para estabelecer alguma ajuda ao povo afegão. A maioria de seus habitantes, o que corresponde a 90%, vive com menos de dois dólares por dia, tornando o país um dos mais pobres do mundo.

O embaixador, ao responder uma pergunta do presidente do Conselho de Política e Comércio Exterior da Associação Comercial, Eduardo Lessa Bastos, especificou que os refugiados do Afeganistão no Brasil estão sendo conduzidos por ações lideradas por organizações beneméritas. “Em quais locais do Brasil eles estão alojados?”, indagou Lessa Bastos. “Entre os locais, está a região sul, como o Paraná”, informou Olyntho Vieira.