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Presidente da Abrace afirma que esta é a pior crise hídrica do país em 91 anos

A crise hídrica, a Lei do Gás e a Medida Provisória da Eletrobras foram alguns dos temas abordados pelo presidente da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia), Paulo Pedrosa, ao apresentar o panorama atual sobre o setor de energia no Brasil. Pedrosa participou, dia 8 de julho, da reunião virtual do Conselho Empresarial de Políticas Econômicas da ACRJ, presidido pelo embaixador Marcílio Marques Moreira.

A crise hídrica é hoje uma grande preocupação do país e dos consumidores de energia, sejam eles residenciais, comerciais e industriais. O presidente da Abrace afirmou que esta é a pior crise desde que as medições começaram a ser feitas, há 91 anos. “A crise hídrica é grave. É o pior ano, dos 91 anos de registro, agravado pela questão estrutural. Precisamos vencer esta crise pelo menor custo possível”, afirmou, ressaltando que é necessário adotar medidas que preservem a água nos reservatórios no momento de anormalidade do nosso sistema hídrico.

Paulo Pedrosa também destacou que a nova legislação do gás reflete a atuação de consumidores, transportadores e produtores, que se uniram pela aprovação do projeto. “Acho muito difícil o gás chegar a um preço competitivo neste momento”, acredita. Segundo ele, a redução poderia acontecer mais rapidamente se grandes consumidores pudessem buscar alternativas de abastecimento, além das distribuidoras estaduais. “Mas a nova lei vai permitir o desenvolvimento desse segmento pelo mercado e pela competição e não pela adoção de subsídios como é visto em algumas divisões do setor elétrico”, acrescentou.

O embaixador Marcílio destacou que além das crises hídrica e elétrica, o Brasil também “passa por uma crise de gestão”. “Esta decorre do mais grave problema do nosso capitalismo, ou seja, a captura ou o sequestro de políticas públicas em benefício de interesses políticos e econômicos. A MP da Eletrobras é um exemplo disso. O Brasil parece que sempre prefere o retrocesso ao avanço”, afirmou.

Na segunda parte da reunião, o presidente e os membros do Conselho fizeram uma análise sobre a conjuntura econômica global, destacando a situação na China, Estados Unidos e Europa, e especificamente do Brasil. Marcílio Marques Moreira chamou a atenção para a projeção divulgada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o crescimento de 7% para a economia dos Estados Unidos em 2021.

No Brasil, o embaixador destacou a previsão otimista de analistas sobre o PIB, que deverá ter um crescimento entre 5 e 6% este ano. “É algo bastante surpreendente, pelo pessimismo inicial com o resultado refletido pelo panorama negativo de 2020. Contudo, a incerteza ainda é alta”, finalizou.