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Especialistas do setor elétrico temem agravamento da crise hídrica

Em reunião virtual do Conselho Empresarial de Energia da ACRJ, dia 01/07, especialistas do setor elétrico disseram que estão preocupados com a crise hídrica e com a possibilidade de um racionamento em 2022, caso o período das chuvas atrase e a situação dos reservatórios não melhorem. Luiz Eduardo Barata, ex-diretor Geral do ONS (Operador Nacional do Sistema), e Edvaldo Santana, ex-diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), foram os convidados para a palestra “A crise hídrica e seus impactos no setor elétrico e na economia”.

“A situação é complicada, mas é diferente de 2001. O sistema era inseguro e mais barato. Hoje, o sistema é inseguro, mas muito mais caro”, afirmou Edvaldo Santana ao comparar o cenário daquele ano com o atual. Segundo ele, os reservatórios tinham capacidade para segurar por um período de oito a nove meses, sendo que nos dias de hoje são suficientes por um pouco mais de quatro meses.

Para Luiz Eduardo Barata, em 2001 havia gordura no segmento de consumo e houve mudança de hábitos e de equipamentos, como troca de lâmpadas. “Hoje em dia, você falar em mudança de equipamentos me parece que o ganho deverá ser muito pequeno porque já houve essa mudança ao longo do tempo”, explicou.

De acordo com ele, apesar da demora em admitir a crise, naquela época houve transparência total. “Não consigo entender como diante de uma crise as pessoas ficam tranquilas. Estou muito preocupado com o que vai acontecer porque se não houver muita competência, nós estamos arriscados a enfrentar, em 2022, um racionamento, que hoje a gente nega e diz que não vai acontecer”, declarou Luiz Eduardo Barata.

Os especialistas informaram que a situação vem se agravando a cada ano e que, além do reajuste das tarifas para o consumidor, o custo de contratação para o cliente livre também vai aumentar.

A presidente do Conselho, Joisa Dutra, enfatizou que está preocupada. “Nossa caixa de ferramentas está limitada para lidar com essa nova realidade”, ressaltou. Ela disse que a crise terá efeitos e deu como exemplo a agricultura, incluindo a irrigação. Com isso, a tendência é de aumento dos preços dos alimentos, onerando o bolso do consumidor.  

A reunião na íntegra está disponível do Canal ACRJ Divulga. Acesse aqui