A partir de três palestras importantes, e que englobam o momento atual e o que acontecerá com grandes eventos após a pandemia, o Conselho Empresarial de Assuntos Culturais da ACRJ reuniu os especialistas e membros do Conselho, Reinaldo Paes Barreto, Maria Luiza Nobre, Haroldo Costa, Celina de Farias e Bruno Teté, para fazer apresentações sobre o Carnaval, a moda e as escolas de samba. O seminário “O Carnaval do Século XXI”, realizado dia 8 de dezembro, mostrou que haverá um novo modelo após a Covid-19.
A palestra “Carnaval hoje, ontem e sempre” foi apresentada pelo produtor cultural e escritor Haroldo Costa. Ele contou a história do Carnaval desde a chegada ao Brasil, trazido pelos portugueses da ilha dos Açores, suas tradições, suspensões, até os dias atuais. Ele lembrou das procissões das escravas, que eram como uma comissão de frente e/ou ala das baianas das escolas de samba; das grandes sociedades, dos ranchos; dos enredos com conotação política, entre outras informações.
“O Carnaval é uma marca. A marca brasileira. Hoje, no Rio de Janeiro, tem o maior momento nos desfiles das escolas de samba, que com seus enredos são porta-vozes da história do Brasil”, comentou Haroldo Costa. Segundo o conselheiro, além de redescobrir a história brasileira, os enredos nos apresentam personagens que fazem parte do país e que nem conhecíamos.
O vice-presidente do Conselho, Reinaldo Paes Barreto, que presidiu o seminário, ressaltou que “o Carnaval fala o que está guardado na garganta do povo”. Além de enaltecer a festa, comentou que após a pandemia “o Carnaval vai voltar a ter todo o apoio popular, mas algumas pessoas vão preferir acompanhar online ainda por causa da Covid-19”, reforçando a importância do evento para a economia.
A mediadora da palestra, Maria Luiza Nobre destacou que “apesar da antiguidade, o Carnaval ainda é um fenômeno cultural, sem dúvida”.
Com a palestra “Da Intendente à Sapucaí as escolas de samba se fazem presentes”, Bruno Teté, diretor Social da Liga RJ e secretário de Assuntos Institucionais da Superliga, contou como é o funcionamento dos desfiles das agremiações. “A escola de samba é o maior produto do Carnaval. E o maior do mundo é na Intendente Magalhães (uma das principais vias da cidade, que liga vários bairros da Zona Norte do Rio), onde desfilam 61 escolas de samba. Destas, tem a Caprichoso de Pilares e a Unidos de Lucas, por exemplo”, explicou.
A presidente do Conselho Consultivo do Instituto Zuzu Angel, Celina Farias, falou sobre “Moda e Carnaval”. De acordo com ela, há uma série de semelhanças entre os dois eventos. Para acontecer o desfile de moda de uma nova coleção também precisa de um roteiro com enredo, música e criação de peças de roupas, por exemplo. A mesma coisa acontece nas apresentações das agremiações carnavalescas.
“A diversidade e a inclusão estão na moda e no Carnaval. É um link muito importante. Hoje é um novo renascimento e o novo normal vai mudar o Carnaval e a moda”, finalizou, se referindo ao período que estamos vivendo.