A presidente da ACRJ, Angela Costa, recebeu o produtor cultural e membro do Conselho Empresarial de Assuntos Culturais da Associação Comercial, Haroldo Costa, para um encontro online, dia 22/06. Durante a palestra, ele anunciou que o projeto de música “Seis e Meia” será reeditado e levará o nome de “Fim de Tarde”, mas será nos mesmos moldes do original. “Queremos trazer de volta, em breve, a cultura musical no Rio, que está traumatizada com a pandemia”, concluiu, antecipando que o “Fim de Tarde” acontecerá no Teatro João Caetano.
“O Haroldo é de uma vivacidade, de uma jovialidade, que dá inveja a todos nós”, afirmou a presidente do Conselho, Vera Tostes, ao comentar sobre o projeto do produtor cultural de reeditar o “Seis e Meia”, criado por Albino Pinheiro na década de 70 para “driblar os engarrafamentos”, já que as pessoas saiam do trabalho e tinham que esperar para voltar para a casa até o trânsito melhorar.
O produtor cultural fez uma apresentação sobre o nascimento do samba, com a vinda dos escravos nos navios negreiros, até sua importância nacional e internacional. Haroldo Costa contou que, inicialmente, o ritmo do samba era tocado e dançado nas senzalas e produzido por batidas de palmas e dos pés porque não existiam instrumentos na época.
Ele recordou que a Praça Onze era o local onde o ritmo encontrou sua forma mais consistente. E que foi em uma das reuniões de sambistas que o Donga (Ernesto dos Santos) apresentou para Pixinguinha (Alfredo da Rocha Vianna Filho), o primeiro samba com o título “Pelo Telefone”.
Se Donga criou a composição “samba”, foi Pixinguinha que contribuiu para “internacionalizar” o novo ritmo, com o conjunto musical liderado por ele chamado Oito Batutas. “Os Oito Batutas ganharam Paris. Paris descobriu o Brasil, o Rio de Janeiro e nós descobrimos o que há de melhor na música popular brasileira: o samba”, comentou.
O produtor cultural ressaltou que a riqueza do ritmo “desemboca” nas escolas de samba, que são hoje o grande cartão de visita do país para o mundo; rompem com barreiras sociais e culturais, juntando tudo em um grande momento que é o desfile das agremiações, resultado do trabalho das pessoas menos providas de tudo; e que é o retrato do Brasil no seu melhor sentido, ou seja, a promoção da identidade brasileira por meio da música e da dança.
Emocionada, a presidente Angela Costa agradeceu a Haroldo Costa, destacando sua importância na cultura. “Eu tenho que agradecer a Deus porque me deu a oportunidade de escutar você. Não há quem não se emocione com sua história, vendo o seu conhecimento, transmitido com essa simplicidade, com essa humanidade. Você é o nosso Brasil. É o samba”, finalizou.
Também estiveram presentes ao encontro virtual o vice-presidente de Relações Institucionais e Conselhos Empresariais, José Domingos Vargas, e o vice-presidente do Conselho Empresarial de Assuntos Culturais, Reinaldo Paes Barreto.
Para assistir a palestra completa, acesse o ACRJ Divulga no Youtube https://www.youtube.com/watch?v=SFu2F-imP34