A presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, e o sócio-diretor do Instituto Totum, Fernando Giachini Lopes, foram os palestrantes da reunião virtual, realizada 19/05, do Conselho Empresarial de Energia da ACRJ. Os convidados falaram sobre o mercado de energia renovável e o Sistema Brasileiro de Certificação.
Elbia Gannoum informou que houve um crescimento exponencial do mercado de energia renovável em 10 anos, passando de 1 gigawatt (GW) para 18,6 gigawatt de potência instalada. “Em 2012 ocupávamos a 15ª posição em capacidade instalada e hoje ocupamos a 7ª posição. Nós somos o 3º país que mais investe em energia renovável”, destacou a presidente da ABEEólica.
Segundo ela, o Brasil empregou 2,3 gigawatts em 2020, o que significa cerca de R$ 15 bilhões de investimentos com geração de 30 mil postos de trabalho. Além disso, houve a construção de uma cadeia produtiva, com tecnologia avançada. “O Brasil é um mercado muito relevante do ponto de vista global, quando nós falamos de energia eólica”, ressaltou ao lembrar que é a segunda fonte de energia no país, respondendo por 10,7% da matriz elétrica nacional.
Elbia destacou ainda que a eólica é uma das fontes que mais cresceram e que vai continuar em desenvolvimento nas próximas décadas, junto com a solar. Para ela, o país tem um papel importante que precisa ser potencializado na discussão da transição energética e na busca pela economia de baixo carbono.
“É importante que a gente entenda a capacidade desse país em fazer grandes avanços no ingresso de fontes renováveis variáveis. Existem várias experiências mundiais mostrando que há estabilidade no sistema e que temos capacidade de operar esses sistemas”, comentou a presidente do Conselho, Joisa Dutra.
O sócio-diretor do Instituto Totum, que é um organismo de certificação, disse que o Certificado de Energia Renovável (REC) é adquirido para mostrar que os consumidores têm um sistema confiável de emissão, rastreamento e transferência de atributos ambientais de energia. Ele afirmou que a grande motivação das empresas com os RECs é a pegada de carbono, principalmente as listadas em bolsa e que estão no índice de sustentabilidade.
“A empresa segura sua pegada de carbono, que é 100kg de CO² por megawatts hora (MWh), e passa para zero. Não é que ela esteja comprando crédito de carbono, nem abatendo a emissão. Se ela tem REC, dá origem à energia e pode relatar uma pegada de carbono zero”, explicou.
Fernando Giachini Lopes anunciou que foi criado o REC horário em caráter pioneiro nos Estados Unidos, já que as empresas querem ser renováveis 24 horas por dia durante sete dias da semana. O Google e o Facebook já usam e, no Brasil, a partir desse mês, as empresas poderão ter mais essa opção. “O REC horário é compatibilizado com o perfil de carga do usuário”, finalizou.