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Com pandemia, eleitor jovem pode fazer a diferença no 2º turno

“Os candidatos que têm mais jovens ao seu lado foram mais beneficiados, pois eles compareceram mais às urnas, por causa da pandemia”, afirmou o presidente do Ibope Inteligência, Carlos Augusto Montenegro, que participou do webinar da ACRJ, dia 26 de novembro. Para ele, essa tendência deve se repetir no segundo turno das eleições municipais e destacou que isso pode favorecer Eduardo Paes (DEM), no Rio de Janeiro, e Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo.

Assim como em sua primeira participação no webinar da ACRJ, antes do primeiro turno, Montenegro voltou a destacar que esta é uma eleição na qual a qualidade da gestão vai definir os resultados, e destacou o segundo turno carioca. “Acho que o povo, evidenciado pelas pesquisas, está fazendo seu julgamento da gestão de 2008 a 2016 do Paes e da gestão de 2016 a 2020 do Crivella”, afirmou.

Apesar disso, no caso do Rio, o clima de “já ganhou” do lado da campanha de Paes pode gerar um nível de abstenção nas urnas, favorecendo o seu oponente, Marcelo Crivella (Republicanos). “Óbvio que uma abstenção pode atrapalhar [o Paes], mas no sentido de encurtar um pouco o resultado. Pode haver uma diminuição da diferença. Mas a reversão, eu diria que é quase impossível”, explicou Montenegro ao responder a presidente da ACRJ, Angela Costa, sobre a possibilidade de haver surpresa, em relação ao que aponta as pesquisas, no pleito carioca.

A aproximação entre os candidatos em São Paulo, segundo as pesquisas, e a possibilidade de um eleitorado composto por mais jovens que idosos pode tornar a eleição paulista “emocionante”. Ele acredita que o candidato “Guilherme Boulos, de forma competente, ocupou o espaço do PT”, e vem fazendo uma campanha focada em propostas de mudanças de gestão, o que explicaria seu crescimento nas pesquisas, independentemente de questões ideológicas.  No entanto, o presidente do Ibope não crê em uma virada.

Montenegro ainda reiterou a importância de uma reforma política no Brasil, com enxugamento do número de partidos, manutenção de um fundo partidário reduzido, fim do voto obrigatório, implementação do sistema de voto distrital misto, fim da propaganda eleitoral obrigatória, entre outras mudanças. “Para chegar a uma democracia plena, essas mudanças seriam importantes. A reforma política fortaleceria a democracia brasileira”, afirmou.

Além da presidente Angela Costa, o encontro contou com a participação dos vice-presidentes Hélio Ferraz e José Antônio do Nascimento Brito.

Veja o webinar na íntegra pelo canal da ACRJ no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=eYWlbSv5_cU