O consumo de energia elétrica apresentou uma queda progressiva, desde que foram intensificadas as medidas de combate a Covid-19, chegando em média a 19% na semana de 11 a 17 de abril em todo país, de acordo com dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. No Ambiente de Contratação Livre (ACL), ou seja, mercado livre de comercialização de energia, a retração foi de 23%. No Ambiente de Contratação Regular (ACR), que trata do mercado de compra e venda regulado e que precisam de licitação, salvo em casos previstos em lei, chegou a 18%.
O relatório de acompanhamento semanal do impacto do coronavírus elaborado pela CCEE foi discutido pela presidente do Conselho Empresarial de Energia da ACRJ, Joisa Dutra, durante a primeira reunião virtual com os conselheiros da Associação Comercial. O levantamento levou em conta o período de 21 de março até o dia 17 de abril.
De acordo com a avaliação do consumo semanal no Sistema Interligado Nacional (SIN), a redução total no Brasil foi de 14%, sendo composta por 13% foi ACR e 18% no ACL. O registro comparou o período antes e depois das medidas governamentais de contenção a Covid-19.
Pelo estudo da CCEE, os setores mais impactados foram os de veículos (65% de queda no consumo), têxteis (49%), serviços (37%), manufaturados (34%), minerais não metálicos (23%) e o comércio (16%). Esses segmentos representavam 38% do consumo no mercado livre de energia, mas após as iniciativas de combate ao vírus passou para 31%.
Na variação de consumo dos cinco estados com as maiores médias, o Rio de Janeiro teve uma retração de 13%, ficando na quarta posição, abaixo do Rio Grande do Sul (30%), Paraná (18%) e São Paulo (17%) e acima de Minas Gerais (8%). A participação do Rio de Janeiro no mercado de energia do país corresponde a 9%.
Joisa Dutra comentou, contudo, que esses dados precisam considerar que parte dessa retração de consumo se deve a efeitos sazonais, como o clima mais ameno do outono comparativamente ao verão. Ademais, o período recente contou com grande número de feriados. Uma análise que filtre para esses efeitos revela que o impacto da Covid-19 sobre a retração do consumo de eletricidade é menor do que os números apresentados pela CCEE.