De acordo com a psicologia, atitude se define como comportamento habitual que se verifica em circunstâncias diferentes. Muito se tem escrito à respeito de colher-se os mesmos resultados por uma falta de mudança nas atitudes. O cenário que se instaurou em nosso país nos últimos meses favorece a reflexão sobre este tema.
As projeções de crescimento do PIB para 2018 e 2019 não são muito animadoras. De acordo com dados do IBGE, o setor que mais crescerá no Brasil será a agropecuária, com projeção de 3,5% de crescimento para 2019. Embora seja um setor promissor, encontra-se ainda carente, principalmente no que tange a gestão e controles. O setor sofre também com muitos procedimentos burocráticos por parte da União.
Seguidamente temos os setores de transformação com projeção de crescimento de 2,7%, extrativa com 2,6% e indústria com 2,4%. O setor de serviços permanece com projeção de crescimento de 1,5%, a mesma de 2018.
A projeção do crescimento do PIB para 2019 é de 1,9%, considerando que a projeção para 2018 é de 1,7%, o valor pouco variou positivamente. Temos uma lenta recuperação do crescimento trimestral do PIB.
Segundo BACEN, a dívida bruta cresceu explosivamente de junho de 2014 a junho de 2018. A incerteza atingiu o nível mais alto em 2015, considerando dados de 2000 até 2018, e mantem-se basicamente no mesmo patamar, segundo estudo realizado pela FGV.
Amargamos com a convivência de sucessivos déficits primários. A produtividade do trabalho do Brasil está praticamente estagnada desde 1980. Além do equacionamento da crise fiscal, é fundamental que haja uma série de reformas (infraestrutura, tributária, creditícia, entre outras), afim de alavancarmos a produtividade da economia.
Diante deste quadro, a pergunta é: como faremos tudo isso, sem que haja uma mudança de atitude? Onde iremos chegar caso nos permitamos ser preenchidos pelo desânimo e pela desesperança?
Temos um país repleto de riquezas e belezas naturais. Temos grandes potenciais e aqui cito como exemplo o estado do Piauí que foi um dos estados que mais cresceu no país nos últimos meses, acreditando entre outros fatores no potencial da energia eólica, os ventos do Piauí estão entre os mais adequados do mundo. A produtividade das usinas instaladas chega a 70%, tendo batido recorde de 83% em junho de 2017. Em alguns países europeus, como exemplo a Alemanha, faz-se investimentos pesados em energia eólica esperando um aproveitamento de 40%.
Erramos muitas vezes por desistir e não perseverar e lutar. Estamos no período das eleições, uma mudança de atitude pode mudar tudo e para melhor.
Cristiana Sales
Conselheira da ACRJ