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ACRJ DISCUTE OS DESAFIOS DO COMÉRCIO EXTERIOR E NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS EM PALESTRA

O Conselho Empresarial de Política e Comércio Exterior da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) recebeu, na manhã desta quarta-feira, dia 17 de outubro, a economista e consultora do escritório Guedes, Bernardo, Imamura e Associados Consultoria Internacional Eliane de Souza Fontes. A palestra, cujo tema era “Desafios do Comércio Exterior do Brasil e Negociações Internacionais”, prendeu a atenção dos presentes e contou com adesão em peso dos membros do grupo.

De acordo com a economista, as principais economias do mundo estão em uma “guerra comercial”, com aplicação de medidas e contramedidas de exceção, em uma escalada tarifária que não dá sinais de diminuição. Já as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) não estão preparadas para enfrentar tais medidas e o tipo de participação do Estado na economia da China, por exemplo. O órgão, sem levar em conta as medidas adotadas desde setembro, estima que haverá uma redução no comércio mundial de 17,5% e uma redução do PIB mundial de 1,98%. “Nesse quadro, o Brasil se torna um alvo prioritário para os produtos excedentes no mercado mundial, em condições nem sempre leais”, avalia.

Outro ponto levantado por Eliane foi o “Custo Brasil”, que acaba por tirar a competitividade final dos produtos nacionais. Questões como a elevada carga tributária, exportação sem desoneração de impostos, redução da alíquota do REINTEGRA, custo elevado da mão-de-obra e mudanças constantes das regras do jogo são agravantes para essa estagnação. “Há que se ter uma política de estado de longo prazo que garanta segurança jurídica para investir e exportar. Hoje em dia nós importamos impostos. Isso é uma realidade inaceitável”, pontua.

Sobre a balança comercial brasileira, a economista apontou que o equilíbrio nas contas externas vem de sucessivos superávits, principalmente pela competitividade e eficiência do nosso agronegócio e commodities. Até os anos 2000, avalia Eliane, o Brasil acumulava déficits comerciais recorrentes, mas entre 2001 e 2012, o país passou a obter saldos comerciais crescentes. “Para 2018, estima-se que as exportações alcancem US$ 230 bilhões e, as importações, US$ 165 bilhões. O superávit deve ser de US$ 65 bilhões”, ponderou.