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O Sistema B é uma mudança de cultura global e histórica

A certificação B e o desafio de apoiar milhões de empresas a se tornarem as melhores “para” o mundo (e não as melhores “do” mundo) foi o tema da palestra da gestora de projetos e especialista do Sistema B no Brasil, Suzana Tavares. Ela foi uma das convidadas da reunião do Conselho Empresarial de Governança, Compliance e Diversidade da ACRJ, dia 1º/4, que abordou o tema Negócios de Impacto: o papel do Compliance. O líder de Sustentabilidade da empresa Reserva (do setor de moda), Alan Abreu, também participou do debate. Ele coordenou o processo de certificação no Sistema B da empresa, selo obtido no início de 2020.

De acordo com Suzana, a plataforma B é online e gratuita e faz a medição de impacto de uma empresa em cinco pilares: governança, trabalhadores, comunidade, meio ambiente e clientes. “O Sistema B é uma mudança de cultura global e histórica. Através de uma rede mundial de parceiros, o papel do movimento B é criar infraestrutura para acelerar a institucionalizar esta mudança”, afirmou.

Segundo ela, 4.700 empresas são certificadas em 75 países, sendo 19 na América Latina. No Brasil, 230 já obtiveram a certificação, que precisa ser revalidada a cada três anos. “Nossa principal ferramenta é a Avaliação de Impacto B (B Impact Assessment), o primeiro passo para quem está em busca da certificação”, adiantou.

É o caso da Reserva, que já está iniciando seu processo de revalidação de acordo com Alan. Segundo ele, a indústria da moda é uma das maiores causadoras de impactos ambientais, por isso é fundamental propor novos caminhos para que este setor seja mais sustentável. E listou os requisitos de desempenho socioambiental, de responsabilidade e transparência da empresa: mitigar a pobreza, contribuir para comunidades mais fortes, preocupação com o meio ambiente e ter pessoas trabalhando com propósito. “O Selo nos deu um direcionamento, mas é preciso estimular as práticas para que a empresa continue no processo e evoluindo na agenda ESG”, disse.

Ele citou algumas iniciativas que já fazem parte do DNA da companhia, entre eles, os projetos 1P=5P (1 peça=5 pratos), que conecta pontos onde sobram alimentos com locais onde faltam, fazendo a distribuição de refeições em parceria com Ongs. “A cada peça vendida complementamos com cinco refeições e já foram destinadas mais de 65 milhões; Cara ou Coroa, para contratação de pessoas com mais de 50 anos; e de Neutralização de Carbono. Outra ação foi a criação do Departamento de Felicidade para alinhar a cultura e os valores da empresa e promover o engajamento e o trabalho com propósito de seus colaboradores.

O presidente do Conselho, Humberto Mota Filho, ressaltou que o Sistema B aumenta a consciência do impacto das pessoas e das empresas. “Com a consciência da diversidade, começamos, por exemplo, a redescobrir nossas origens, revendo nosso individualismo, porque a vida é uma teia de relações. Acontece da mesma forma em relação às empresas, que estão conectadas com as pessoas, a comunidade e o meio ambiente”, afirmou. E destacou o case da Reserva. “É um caso de sucesso, e foi muito bom ouvir do Alan que a empresa não faz qualquer negócio, mas que tem um posicionamento cada vez mais sustentável. Isso resume muito o propósito da empresa”, concluiu.

O debate na íntegra está disponível no canal ACRJ Divulga no YouTube. Acesse aqui