O economista-chefe da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços), Fábio Bentes, e o consultor da Fecomércio, Guilherme Mercês, participaram, dia 24/10, da reunião conjunta dos Conselhos Empresariais de Varejo, Desenvolvimento Econômico e Mercado de Capitais e Empreendedorismo e da Pequena e Média Empresa da ACRJ. Fábio Bentes apresentou um estudo da CNC com uma análise econômica e estratégias para o varejo brasileiro, enquanto Guilherme Mercês analisou e comentou os impactos da atual conjuntura nos relatórios de desempenho (DREs) das empresas e o que é possível fazer para minimizar tais impactos.
A reunião teve a presença do presidente da ACRJ, Josier Vilar, que defendeu o investimento em qualificação profissional, especialmente nas áreas de atendimento, turismo e comércio, destacando “que o mau serviço afasta turistas e consumidores, prejudicando a imagem do Rio. Proponho que a ACRJ e demais entidades representativas do setor produtivo do Rio se unam para criar uma rede de apoio à capacitação de micro, pequenos e médios empresários e trabalhadores, reforçando o protagonismo do Rio de Janeiro como cidade empreendedora, acolhedora e de serviços de qualidade”, disse.

O presidente do Conselho de Varejo, Juedir Teixeira, enfatizou os impactos que as BETs vêm provocando no setor retirando do mercado de consumo cerca de R$ 300 bilhões por ano, o que representa quase 30% de todo o faturamento anual de supermercados.
Fábio Bentes fez uma apresentação onde traçou um panorama da conjuntura econômica nacional e do Rio de Janeiro, destacando diversos aspectos da economia, como inflação, juros e mercado de trabalho, que em sua avaliação está em recuperação moderada.

Em relação ao consumo e o comércio, Bentes mostrou que o volume de vendas do varejo segue “uma tendência de estagnação, com variações mensais próximas de zero e índices de confiança, tanto do consumidor (ICF), quanto do empresário do Comércio (ICEC) em queda”, disse. Tendência de baixo crescimento também no que se refere ao volume de vendas do varejo, com variações mensais próximas de zero, de acordo com ele.

O cenário no Rio de Janeiro não é mais animador, de acordo com os dados da CNC. O estado apresenta baixo dinamismo econômico, com vendas do varejo oscilando entre retração e crescimento fraco. O turismo, por sua vez, mantém leve alta. O estudo da CNC aponta que os entraves do Rio de Janeiro são mais estruturais que conjunturais, impactando diretamente o comércio, entre eles, falta de segurança pública, carga tributária e custos altos, além da concorrência desleal da economia informal.
Em síntese, Fábio Bentes, avaliou que a economia dá sinais de desaceleração controlada, com inflação sob domínio, mas juros altos e consumo enfraquecido. “No caso do Rio, a recuperação depende de reformas estruturais, mais segurança e redução de custos para o setor produtivo”, finalizou. Confira aqui a apresentação completa.

O encontro contou com o patrocínio do Escritório Martinelli Advogados, representado pela conselheira Luane de Mello Tavares, que fez uma apresentação para os membros e convidados sobre a atuação do Escritório.