Secretário Estadual de Segurança faz palestra na ACRJ

Fundador do Conselho de Segurança da Casa de Mauá, Francisco Horta é homenageado durante o encontro

O secretário Estadual de Segurança do Rio de Janeiro, Victor César dos Santos, participou da reunião Conselho Empresarial de Segurança e Ordem Pública da ACRJ nesta 2ª feira (17/2). Ele fez um breve relato sobre o cenário da Segurança Pública no estado, especialmente na capital, destacando os desafios e a importância da parceria com a sociedade civil organizada.

O encontro foi conduzido pelo presidente da ACRJ, Josier Vilar, e o presidente do Conselho, Fernando Veloso, com a participação da presidente dos Conselhos Empresariais, Fabiana Bentes. Na oportunidade, o Grande Benemérito da ACRJ, Francisco Horta, foi homenageado em reconhecimento à sua dedicação e liderança à frente do Conselho de Segurança da Casa de Mauá. O conselho foi criado e presidido por Francisco Horta no período de 1995 e 2007.

O secretário Victor César enfatizou que uma das soluções para mitigar o problema da segurança no Estado está na integração entre todos os entes da Federação. “Precisamos atuar de forma técnica, coordenando essas forças para alcançar resultados mais eficazes. Por isso, estivemos diversas vezes em Brasília, no Ministério da Segurança Pública. Há duas semanas, levei ao ministro projetos fundamentais que já poderiam estar em uso, caso houvesse maior articulação”, informou.

Um deles, explicou, é o Cifra – Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos. “Esta ferramenta é essencial para rastrear movimentações financeiras e atacar a estrutura econômica do crime organizado. No entanto, até hoje, apenas a Polícia Civil tem atuado diretamente no Cifra. Nenhum outro órgão esteve presente desde sua criação. A Polícia Civil assumiu essa responsabilidade e vem conduzindo o trabalho com eficiência”, acrescentou.

Segundo ele, o objetivo é fortalecer essa estrutura, ampliar a participação de outras instituições e garantir que essas iniciativas sejam plenamente implementadas. “Só assim poderemos enfrentar, de fato, o crime organizado”, afirmou.

Também mencionou a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), que visa intensificar o enfrentamento às organizações e associações criminosas, combatendo facções criminosas, tráfico de drogas e armas, delitos de furto, roubo e receptação de cargas e valores, lavagem e ocultação de bens, direitos e valores.

Ao agradecer a presença do secretário Victor César, o presidente da ACRJ, Josier Vilar, lembrou que o Rio de Janeiro é o destino almejado por muitos estrangeiros e mesmo brasileiros de outros estados. “Mas uma grande parcela dessas pessoas desiste de vir ao Brasil e ao Rio devido à repercussão negativa dos problemas de segurança, como se vivêssemos em um constante faroeste urbano. Por isso, coloco à disposição do secretário a Associação Comercial do Rio de Janeiro e me comprometo a mobilizar o empresariado para contribuir ativamente com soluções. A economia colaborativa pode ser uma aliada nesse processo. É fundamental unirmos esforços para superar essa fase difícil e reconstruir a confiança na cidade e no Estado”, afirmou.

O presidente do Conselho, Fernando Veloso, disse que na segurança pública há uma sucessão contínua de desafios, e a cada momento surgem novas ideias, novas lideranças e soluções aparentemente definitivas. “No entanto, nesse processo de trocas e tentativas, as vítimas continuam se acumulando, os negócios fecham e a imagem do Rio de Janeiro e do Brasil se deteriora. Estamos na casa do empresário e o setor produtivo não pode prosperar em meio ao caos. A força da união e da articulação pode transformar ideias em soluções concretas, desde que pautadas na experiência e na realidade dos fatos”, afirmou, adiantando que o Conselho estará à disposição da Secretaria de Segurança para trabalhar em parceria.

Homenagem a Francisco Horta

O Grande Benemérito da ACRJ Francisco Horta foi homenageado pela ACRJ, por meio do Empresarial de Segurança e Ordem Pública. Ele recebeu uma placa, e recebeu uma placa cujos dizeres destacaram seu legado e contribuição para o Conselho de Segurança, que fundou e presidiu, e sua dedicação como presidente do Fluminense, seu clube de coração. “A semente plantada na Casa de Mauá pelo jovem, com 90 anos, ainda renderá muitos frutos, nutrida pelo bordão “vencer ou vencer”! Saudações tricolores”.

 Advogado e Juiz de Direito, Horta assumiu a Presidência do Fluminense entre 1975 e 1977 teve uma breve passagem como diretor de futebol do Flamengo, em 1990. No comando da Vara de Execuções Penais (VEP) notabilizou-se por um trabalho inédito visando a ressocialização dos presos. Mobilizou o empresariado carioca, através da ACRJ com o objetivo de conseguir postos de trabalho para presos egressos do sistema penitenciário. E deu o exemplo: na Vara de Execuções Penais, grande parte dos seus colaboradores eram presos ou ex-presos.

Em 2014 foi eleito provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Francisco Horta também foi deputado estadual do Rio, eleito em 1982, e comentarista de rádio. Sua biografia, O Maquinista – Francisco Horta e sua inesquecível Máquina Tricolor, foi publicada em 2009 pelo jornalista Marcos Eduardo Neves. Participou do livro Ética – Uma Caminhada Sem Linha de Chegada, coletânea de textos originais organizada por Joper Padrão, Editora Verve.

Conselheiros diplomados

Durante a reunião, os conselheiros foram diplomados para o Biênio 2023/2025: