Conselhos Empresariais

Codemec faz proposta de diagnóstico do mercado de capitais no Rio e sugestões de ação

O Conselho Empresarial do Desenvolvimento do Mercado de Capitais (Codemec) da ACRJ se reuniu, dia 16 de outubro, para seu encontro mensal. A reunião foi conduzida pelo presidente do Conselho, Thomas Tosta de Sá, e o vice, Luiz Guilherme Dias, oportunidade que foi apresentado um diagnóstico sobre o Mercado de Capitais do Rio de Janeiro.

O relatório apontou alguns desafios do mercado de capitais fluminense, como a baixa liquidez no mercado secundário, devido a dependência da B3, já que a maior parte das operações financeiras ocorre em São Paulo; a falta de diversificação de produtos financeiros para os investidores; a concentração de investidores nas regiões Sudeste e Sul (em dezembro de 2021, por exemplo, o estado do Rio possuía cerca de 9,9% do total de contas na Bolsa); e predominância de investidores institucionais sobre os indivíduos, criando uma dinâmica onde as decisões são tomadas com base em interesses corporativos.

Com base no diagnóstico, os conselheiros elencaram algumas ações que poderão ser adotadas pelas partes interessadas com o objetivo de melhorar o ambiente do mercado de capitais no Rio de Janeiro. Algumas delas: a reinstalação da Bolsa de Valores no Rio de Janeiro, prevista para 2025; a implementação de novos incentivos fiscais, como a redução do ISS de 5% para 2% para atividades relacionadas à bolsa; investimentos em tecnologia para garantir que uma nova bolsa opere com sistemas modernos e eficientes; apoio à instalação e operação de corretoras e instituições financeiras na cidade; atração de novos emissores, entre outras.

O diagnóstico também destacou as novas oportunidades surgidas a partir de 2020 e o anúncio este ano da criação de uma nova bolsa de valores no Rio, chamada ATS, que deverá iniciar suas operações em 2025. Segundo os conselheiros, este movimento é visto como um renascimento do mercado financeiro carioca, trazendo concorrência à B3 e prometendo atrair novos investidores e empresas.

Ressaltaram o aumento nas emissões de debênturesocorrida nos últimos anos, refletindo uma tendência crescente das empresas locais em buscar financiamento através do mercado de capitais. Essa mudança é impulsionada por incentivos fiscais e pela necessidade de diversificação das fontes de capital.

O trabalho mostrou ainda a evolução histórica do mercado de capitais na cidade, que teve sua Bolsa de Valores fundada em 1820 sendo uma das primeiras no Brasil, e o contexto nas décadas de 1980 e 1990 até a incorporação da Bolsa de Valores do RJ pela Bovespa, que mais tarde se tornou a B3, mostrando que esta fusão centralizou as operações financeiras em São Paulo, diminuindo o protagonismo do Rio no mercado de capitais.