O Conselho Empresarial de Governança, Compliance e Diversidade da ACRJ debateu nesta 6ª feira (5/4) a “Governança Digital nas empresas: como gerar segurança e valor”. A reunião foi coordenada pelo presidente do Conselho Humberto Mota Filho e contou com a participação do presidente do Conselho de Inovação, Transformação Digital e Tecnologia da ACRJ, Júlio Urdangarian; do presidente do Conselho de Ecossistemas de Inovação e Transformação Digital do Estado do Rio de Janeiro (Instituto Brasil Digital), Paulo Barcellos; e do diretor de Inovação e Ensino da Smart 3, Walter Aranha Capanema.
Ao abrir os debates, o advogado Walter Capanema, lembrou da Lei Geral de Proteção de Dados, de 2018, conhecida como LGPD, que definiu as regras para o tratamento de dados dos cidadãos e mudou a rotina de empresas e órgãos públicos a partir de então. “A lei obrigou as instituições públicas e privadas a criar um conjunto de estratégias e medidas para tratar os dados internos e externos e mitigar as ocorrências”, disse.
Ele citou inúmeros casos de vazamentos de dados e alertou que dificilmente é possível recuperar qualquer informação neste cenário. Segundo ele, a criação de uma Agência Governamental, que atue setorialmente, pode contribuir para proteger dados do setor privado e dos órgãos públicos. “Por parte dos usuários, é necessário também que haja uma mudança de cultura, que implica em uma mudança de comportamento, para adotar medidas mais eficazes de segurança digital”, acrescentou.
Paulo Barcellos destacou a importância de ser criada uma Estrutura de Governança, que envolve estratégia, soluções digitais adequadas e maior segurança com ganhos de valor. Ele apresentou os três Grupos de Trabalho do Ecossistema de Inovação e Transformação Digital do Estado do Rio de Janeiro que preside (EcoSis RJ). São eles: o GT1 – EcoSois Locais, que atua nas melhores práticas municipais, o GT2 – Letramento Digital, que trabalha na inclusão de grupos excluídos digitalmente, e o GT3 – Fomento, que busca a adequada alocação de recursos para os projetos. “O Rio de Janeiro conta com 2.300 serviços digitais para o cidadão. Porém, quanto mais o poder público aumentar este tipo de oferta, mais chance temos de excluir parcelas mais vulneráveis da população, como pessoas das classes D e E e os Idosos, que não estão ou estão pouco conectados”, explicou.
Júlio Urdangarin adiantou que a ACRJ está elaborando uma cartilha de boas práticas em proteção de dados para as empresas associadas e um formulário que vai avaliar o grau de maturidade de compliance, em relação a esta proteção, dessas empresas. Assim, será possível a empresa receber um report executivo com seu grau de maturidade em relação ao tema e mitigar os riscos.
“Não existe sistema 100% seguro. Devemos cobrar mais investimentos por parte dos governos e novas legislações sobre o tema. É um assunto difícil e complexo de ser tratado, mas precisa ser encarado de frente. Existe muita fragilidade nos processos de segurança da informação porque falta investimento, conscientização e capacitação, isso deixa governos e empresas vulneráveis”, afirmou.
O presidente do Conselho, Humberto Mota Filho, acrescentou que serão consolidadas as principais recomendações de boas práticas de governança de dados direcionadas para os empresários brasileiros em um guia resumido, a ser disponibilizado aos associados.
Confira aqui a apresentação do Ecossistema de Inovação e Transformação Digital do Estado do RJ