Diante do aumento do número de casos de violência contra os cidadãos na cidade do Rio, o presidente da ACRJ, Josier Vilar, solicitou a mobilização dos Conselhos Empresariais da Associação Comercial do Rio de Janeiro para debater, em caráter emergencial, o tema segurança e ordem pública. “Nenhum empreendedor ou empresário vai investir recursos próprios, ou através de leis de incentivo, se a insegurança pública impedir o retorno do investimento feito”, disse Josier Vilar em comunicado aos presidentes dos Conselhos.
Desta forma, a presidente do Conselho Empresarial de Renovação do Centro do Rio, Maria Izabel Castro, alterou a pauta da reunião realizada no dia 8 de dezembro e apresentou dados sobre a situação da segurança no centro da cidade e algumas sugestões de melhoria feitas pelos conselheiros.
“É importante esta mobilização da ACRJ, especialmente aqui no Centro do Rio, para combater o comércio irregular e outros problemas de âmbito municipal que possam camuflar possíveis delitos e delinquentes”, completou Maria Izabel. O Conselho vai entregar um relatório detalhado ao presidente Josier Vilar sobre a situação no Centro do Rio, para que a Associação Comercial possa consolidar um documento e fazer o encaminhamento necessário aos órgãos oficiais do Estado e do Município do Rio.
Informações coletadas pelos conselheiros mostram que, apesar dos dados oficiais do 5º Batalhão da Polícia Militar apresentar uma queda na criminalidade da região, a taxa de reincidência é alta. “Os dados comprovam a eficácia do trabalho da Polícia em patrulhar e prender. Contudo, a maioria dos indivíduos volta à sociedade, fica pouco tempo presa ou sequer é presa”, conforme informações apuradas pelo Conselho. A taxa de reincidência é de cerca de 25%. “Ou seja, um quarto desses casos já possui antecedentes e muitos são populares em situação de rua e vulnerabilidade social.”
Vários casos acontecem no Centro do Rio, como pequenos delitos, furtos aos estabelecimentos comerciais, entre outros, com características muito específicas. Os conselheiros chamam a atenção para os casos recorrentes de furto de material metálico, como fiação e refletores, que são facilmente comercializados na rede de ferros velho que existe na região.
Por isso, sugerem que os órgãos oficiais aumentem a fiscalização em relação a esses ferros velhos e a ocupação do espaço público pela Guarda Municipal, com maior interlocução com os agentes de Segurança, 5º BPM e Segurança Presente. É importante que a ACRJ possa solicitar aos órgãos competentes que fiscalize e até fechem os ferros velhos localizados no Centro, na zona portuária e em Santa Teresa, ressaltam os membros do Conselho.
Aliado ao policiamento, eles também solicitam que sejam intensificadas ações como limpeza e instalação de iluminação pública em algumas ruas, poda das árvores, fatores que trazem insegurança a quem trabalha e mora no Centro. Além disso, de acordo com um membro do Conselho que mora na região central, outra questão que precisa ser enfrentada de forma mais eficaz pelas autoridades é a reativação ou reforma dos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), a instalação de Clínicas da Família e locais de acolhimento de pessoas que moram na rua, especialmente, aquelas com algum tipo de doença mental ou que tenha problema com drogas.