Menu fechado

Artigos

E os jovens?

E os jovens?

Por Pedro Rafael, presidente do Conselho Empresarial de Jovens da ACRJ

Faltam poucos dias para o fim das eleições presidenciais e a polarização do país só cresce. De um lado, uma população descrente com a continuação do atual governo. Do outro, a parte que acredita na volta de um sonho que nunca foi realizado.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os eleitores entre 16 e 29 anos correspondem a 23,82% do eleitorado. Sem contar os que ainda não podem votar (até 15 anos), que correspondem a uns 7,5%, segundo o IBGE. Portanto, uma fatia expressiva da nossa sociedade.

Mas, independentemente de nossos candidatos neste pleito, já passado o primeiro turno e na reta final do segundo, o que não tenho visto é um foco especial justamente em nós, os jovens. Seremos um país com visão de futuro ou seguiremos na mesma e vivendo cada dia como ele simplesmente vem vindo? Já ouvi candidatos defenderem todas as minorias imagináveis e acho super necessário que assim seja. Mas não esqueçam do amanhã.

Em 2019, por exemplo, foi aprovada a Reforma da Previdência, que muda o futuro de todos nós e, principalmente, daqueles que ainda estão começando a trabalhar. Desde então, são necessários 35 a 40 anos, de contribuição, para alguém de 20 anos, que está entrando no mercado de trabalho, se aposentar. Em comparação, na regra anterior, eram necessários uma média de 25 anos de contribuição. Tendo isso em vista, como incentivar que nossa geração não desista do Brasil e sejam verdadeiros empreendedores?

Outro ponto importante é justamente a geração de empregos. Vivemos um período em que o número de “nem-nem” apenas cresce. Segundo a FGV Social, hoje temos 26,5% de jovens nessa situação. Ou seja, pessoas que não estudam, não se formam, não se qualificam e tampouco trabalham, gerando renda e riqueza para o país. Vivemos um momento da nossa história em que a pirâmide demográfica ainda está a nosso favor e devemos aproveitar este recorte histórico, caso contrário, será tarde demais.

O mínimo que devemos esperar de nossos candidatos e líderes políticos é que comecem a pensar, de verdade, no futuro do nosso país por meio dos jovens, afinal não somos massa de manobra, mas uma parcela da sociedade que está disposta a fazer a diferença.