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Especialistas debatem ensino técnico e demanda de profissionais qualificados

O Conselho Empresarial de Educação de ACRJ se reuniu, dia 4 de outubro, para discutir o “Cenário do Ensino Técnico e sua Importância”. O debate faz parte da série Encontros de Educação, promovida pelo Conselho e que visa contribuir na busca de soluções para atender uma demanda reprimida de mão de obra profissionalizante.

O professor Marcio Cardia, CEO da Escola Técnica Electra, ressaltou que há necessidade de mão de obra qualificada e que serão geradas muitas vagas para 5G, Energia Elétrica e Construção Civil. Porém, lembrou o panorama da educação brasileira e as dificuldades para atender essa demanda. “Quase 80 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais possuem o ensino fundamental ou médio incompletos e não frequentam a escola. Entre 15 e 24 anos, são mais de 17 milhões de jovens fora da escola”, reforçou.

Maria de Fátima Apolinário da Silva, gestora do Colégio João Paulo I, fez uma comparação da situação do Brasil com a de outros países. Na Finlândia são 70,4%, na Áustria 69,8%, Portugal e Alemanha mais de 45% e na França e Reino Unido quase 43%. “Enquanto isso no Brasil, somente 8% dos jovens fazem cursos de formação profissional e tecnológica”, comentou.

O presidente do Conselho de Educação, Paulo Milet, explicou que “o problema da evasão é que o aluno sai e, anos depois, não conseguimos trazer de volta. Outra solução tem que ser pensada”. Ao avaliar, a partir de uma visão macro, frisou que “é preciso enxergar o conjunto, o todo, e não só a sala de aula, por exemplo”.

O professor do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca), Mario Manhães, defendeu uma maior interação com o ensino fundamental, já que há alunos que chegam no ensino técnico despreparados. “Ele chega sem saber somar uma fração. O português também não é bom. Erros de como se escreve uma palavra e de interpretação de texto. Temos que fazer um intensivão”, enfatizou.

Ana Paula Lemes, consultora em Desenvolvimento Humano da empresa Vidha Vera, informou que existe uma alta demanda por profissionais qualificados, inclusive em alguns setores, como TI (Tecnologia da Informação). Segundo ela, as lideranças empresariais esperam profissionais prontos e para isso têm adotado determinadas iniciativas. “Estão revisando processos e preparando a área de recrutamento e seleção. Procuram adotar a cultura de desenvolvimento contínuo e o alinhamento às metas de inclusão e diversidade”, adiantou.

Sylvia Meireles, vice-presidente do Conselho enfatiza a importância da relevância do conteúdo para atrair e manter alunos engajados. A personalização dos currículos e trilhas pode ser um bom caminho, mas é importante capacitar os professores para este novo momento.

No encerramento, Paulo Milet destacou que as soluções não poderão ser “em série”, mas tem que correr “em paralelo”, com atividades para corrigir problemas tanto na origem (ensino fundamental) quanto na educação técnica para adultos. E aproveitou para registrar o convite para o próximo Encontro de Educação, cujo tema será “Jogos na Aprendizagem”, que acontecerá no dia 3/11 às 16h.

As palestras na íntegra estão disponíveis no Canal ACRJ Divulga no YouTube. Acesse aqui