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Debate na ACRJ sobre gravidez não planejada aponta que falta oportunidade para meninas e mulheres de comunidades

O Conselho Empresarial de Competitividade, Ambiente de Negócios e Agronegócio realizou, dia 10/3, um encontro sobre “Gravidez não Planejada e seus impactos Econômicos e Sociais” como parte das homenagens da ACRJ pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Durante o webinar, as convidadas explicaram que há uma série de fatores envolvendo a gravidez precoce e sem planejamento.
As empresárias Fernanda Capobianco e Gabriela Bevilacqua reforçaram que a maioria sabe como se preservar de uma gravidez não planejada. “Elas têm informações de como evitar, mas não conseguem efetivar essas informações e colocar em prática por vários motivos, que vão desde a falta de oportunidade até abusos de pessoas próximas”, comentou Gabriela.
Fernanda ressaltou que existem projetos, com aplicação de contraceptivos para essas meninas e mulheres. Ela comentou sobre o Mulheres de Luz, que atua na comunidade Jardim Gramacho em Duque de Caxias. “O projeto engloba consulta médica, realização de ultrassonografia, implante de contraceptivo, como o DIU, e acompanhamento. Além de fornecer informações, de conscientizar, é um projeto de vida”, afirmou.
A empresária Fabiana Hutten reforçou que os números são alarmantes. “Segundo pesquisa, em 2021, 73% tiveram gravidez não desejadas. Um dos piores reflexos é que trazem ao mundo crianças não desejadas e que no futuro podem ter um comportamento psicossocial considerado inadequado”, explicou.
A juíza auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça do Paraná, Fabiane Pieruccini, levantou uma importante questão sobre paternidade durante o encontro. “Não existe paternidade na adolescência. Os homens estão excluídos desse contexto. E são as mulheres que assumem as crianças”, enfatizou.
Segundo a juíza, em cinco anos do século XXI, quase 50% das adolescentes não planejaram a gravidez, independente da classe social. O custo chega a R$ 4,1 bilhões por ano. Outro dado alarmante é sobre a taxa de gravidez não planejada. “A que mais cresce é entre meninas de 10 a 14 anos”, enfatizou.
A presidente da Comissão de Estudos do Direito Empresarial do Trabalho pela OAB/RJ, Marta Alves, frisou que 80% da evasão escolar tem a ver com a gravidez precoce. “As escolas deveriam acolher mais essas meninas e adolescentes para evitar que abandonassem os estudos”, defendeu salientando que elas não conseguem ingressar no mercado do trabalho.
A presidente do Conselho e moderadora do encontro, Irini Tsouroutsoglou, sublinhou a importância das campanhas. “Essas campanhas sociais, como o projeto Mulheres de Luz, que contribuem para evitar a gravidez indesejada, são eficazes e cada vez mais as pessoas deveriam se engajar em projetos sociais. Essas meninas, adolescentes e mulheres precisam ser protagonistas de suas vidas e, por meio desses projetos, que elas conseguem enxergar oportunidades”, concluiu.
Assista o encontro, transmitido pelo Canal ACRJ Divulga no Youtube . Acesse aqui