Artigo de Michelle Fernandes – Especialista em Comércio Exterior – Conselheira de Política e Comércio Exterior da ACRJ – Mediadora de Conflitos da CAAEB. Publicado no site Comex do Brasil dia 28/1/2022
O Comércio Exterior Brasileiro vem de um passado bem distante. Voltando um pouco no tempo, no século XV, quem não se lembra do comércio do pau Brasil, e posteriormente o ouro, diamante e cana de açúcar comercializados pelos portugueses?
O comércio exterior foi aumentando ao longo do tempo com outras mercadorias. Em seguida, no século XVI, foi criada a Companhia Geral de Comércio do Brasil, que comboiava navios mercantes que saíam e entravam no Brasil trazendo vinho, farinha, azeite de oliva e bacalhau. Esses produtos eram monopolizados pela companhia que depois foi transformada em órgão governamental. E logo foram criadas novas companhias e com o passar do tempo, o comércio tornou-se mais sofisticado.
Em 28 de janeiro de 1808, o príncipe regente D. João VI decretou a Abertura dos Portos às Nações Amigas. Esse decreto, carta régia, abriu os portos do Brasil às nações amigas de Portugal. Dessa forma, possibilitou o livre comércio entre Brasil e nações amigas, a principal nação amiga de Portugal e que se beneficiou desse decreto foi a Grã Bretanha. A carta foi muito importante pois marcou o fim do Pacto Colonial, que obrigava todos os produtos das colônias comprados e vendidos no exterior, passarem antes pelas alfândegas de Portugal. Toda exportação e importação deveria passar antes por Portugal.
Este decreto foi a primeira etapa do processo e deu lugar ao Tratado de Comércio e Navegação em 1810. O Tratado tinha como finalidade estreitar e conservar os laços comerciais entre as duas monarquias, Portugal e Grã Bretanha. O Tratado de Comércio e Navegação fez com que as mercadorias inglesas tomassem conta do nosso mercado.
Em 1990, a Globalização foi uma grande aliada do Brasil e do comércio mundial, fez com que se encurtassem as distâncias, tivemos maior acessibilidade a outros mercados e principalmente, o acesso as informações. Com a globalização ganhamos também agilidade nos processos e maior controle das importações e exportações.
Podemos dizer que a globalização foi um grande divisor de águas para o Comércio Exterior e Internacional.
Hoje, estamos passando por uma grande mudança. Os impactos e as mudanças no setor do Comércio Exterior brasileiro diante do novo coronavírus estão ligados à crise global instaurada pelas consequências da pandemia, uma vez que nós temos diversos parceiros comerciais espalhados pelo mundo para escoamento das nossas exportações. É primordial que essas economias estejam sólidas. Em contrapartida, conquistamos um ambiente no Comércio Exterior Brasileiro mais forte, dinâmico e resiliente.