A proposta foi apresentada pelo presidente do Conselho Empresarial de Governança e Compliance da ACRJ, Humberto Mota Filho, durante reunião online, dia 05 de novembro. Na ocasião, ele convidou os presentes para contribuir na formação de um Centro de Estudos em Governança e Sustentabilidade, liderado pelo Conselho e que servirá para atender a todos, Associação Comercial e Rio de Janeiro.
O encontro contou com a participação do cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Tian Min, do conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), do embaixador Roberto Abdenur, do professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Vicente dos Santos Alves, e do sócio no Cândido de Oliveira Advogados, Leonardo Vitor de Paiva Freire. O tema da reunião foi “Governança Global e Investimentos: novas oportunidades e desafios”.
O cônsul-Geral da China no Rio de Janeiro foi apresentado pelo presidente do Conselho Superior da ACRJ, Marco Polo Moreira Leite, que enalteceu as relações entre os dois países. “O cônsul tem trabalhado a favor das relações Brasil e China. Países que têm muito a mostrar e que demonstram estar abertos a ouvir e a dialogar”, comentou.
O vice-presidente dos Conselhos Empresariais da ACRJ, Alberto Blois, reforçou a importância da parceria com o país asiático. “Precisamos valorizar cada vez mais essa relação. Fortalecendo essa parceria, tendo como ponto focal o Rio, buscamos o desenvolvimento do estado e da capital. E como costumo conversar com o Humberto Mota Filho, se o Rio de Janeiro está bem, o Brasil está bem. E vice-versa”, avaliou.
Tian Min apresentou uma série de iniciativas realizadas e que vem beneficiando os brasileiros, como investimentos de R$ 80 bilhões em agricultura, petróleo e tecnologia, entre outros, e geração de 40 mil empregos diretos. Segundo ele, a China se tornou ao longo do tempo o maior parceiro do Brasil e a expectativa é que haja progresso nesse relacionamento.
“A China está disposta a expandir a parceria em setores emergentes, como a economia digital, de baixo carbono, agricultura, telecomunicações. O objetivo é avançarmos juntos no desenvolvimento sustentável”, informou o cônsul. Ele adiantou que as empresas chinesas estão otimistas com a perspectiva do Brasil, a médio e longo prazos, investir em áreas chaves, proporcionando um ambiente de cooperação e comercial justo.
O conselheiro do CEBRI, embaixador Roberto Abdenur, destacou que no passado houve grandes crises, como as duas guerras mundiais e o cenário adverso da economia, mas que as atuais, a pandemia e o desequilíbrio climático, são diferentes porque têm alcances existenciais, a própria sobrevivência da humanidade. “A ideia de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, é de importância decisiva para o enfrentamento dessas novas crises globais que nós estamos passando”, enfatizou o embaixador, frisando que hoje, para a crise do clima, amplamente discutida na COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021), a governança ambiental é o maior desafio.
Em sua apresentação, o professor da Fundação Dom Cabral lembrou que a discussão sobre os problemas ambientais não é nova e que a demanda por consumo da população só tende a crescer nas próximas décadas, passando dos 7 bilhões de pessoas atualmente para 11 bilhões até o fim do século. Com isso, o nível de consumo será em torno de oito vezes maior por alimentos, minério e energia, entre outros. A tendência será a competição por recursos naturais e a ampliação de fronteiras, por exemplo.
“A saída é a tecnologia, para industrializar, achar novas fontes de energia, expandir fronteira, resolver o nó”, atestou Paulo Vicente dos Santos Alves, informando que a ESG – Environmental, Social and Governance (ambiental, social e governança), está chegando forte, mas ainda apresenta problemas, como a conciliação, por exemplo, da agenda ambiental com a agenda social.
“Há uma certeza de que os investimentos sustentáveis e a agenda ESG irão pautar os negócios nos próximos 30 anos, nessa transição para uma economia de baixo carbono”, apontou o sócio no Cândido de Oliveira Advogados. Segundo ele, “diante de um cenário de estresse e de escassez de recursos naturais, aqueles que investirem em fatores ESG estarão se protegendo, mais bem posicionados e com melhores chances de prosperar”. Para Leonardo Vitor de Paiva Freire, a ESG serve para medir potenciais riscos e oportunidades também em empresas que já estão fazendo esse reposicionamento e naquelas que se colocam para servir a esse propósito.
“A governança global e os investimentos são fundamentais para a nossa retomada, não só do Rio, como hub da América Latina, mas para o nosso país. Afinal de contas o Rio de Janeiro é a alma do Brasil e precisa ser bem cuidada para que possamos fazer essa retomada com segurança, com parcerias e com o capitalismo consciente, falado, inclusive, na COP 26”, analisou o presidente do Conselho de Governança e Compliance da ACRJ.
Para assistir a transmissão completa acesse o canal ACRJ Divulga no youtube https://www.youtube.com/watch?v=l_9XybLVa8c