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Importância de incentivos governamentais para superar os desafios da Economia Circular

O Conselho Empresarial de Governança e Compliance da ACRJ reuniu renomados especialistas no seminário virtual “ASG e Economia Circular”, realizado dia 6 de agosto. As palestras alertaram para a importância da logística reversa, mudança dos ciclos dos materiais mais usados pela população e incentivos governamentais para superar os desafios da Economia Circular, entre outros pontos que cuidem do meio ambiente, zelem pelas relações sociais e que tenham políticas de transparência, ações relacionadas ao conceito de ASG (Ambiental, Social e Governança).

O diretor de Relações Institucionais e ESG na Selur, Carlos Henrique Rossin, chamou atenção para os ciclos dos usos dos produtos. “Os materiais usados pela população mudam com o tempo. A mudança do consumo ao longo dos anos gera uma constante instabilidade na indústria da reciclagem. Na década de 70, por exemplo, era o vidro. O ciclo é dinâmico e o desafio é acompanhar”, explicou Rossin. Segundo ele, os desafios da Economia Circular são aprimorar o design, otimizar a logística e reduzir o desperdício.

Daniela Coelho, diretora associada de ESG na ICTS, destacou durante sua palestra que, com quase um mês antes do previsto, a Terra chegou em 29 de julho ao seu “Dia de Sobrecarga”. “Ou seja, a humanidade consumiu todos os recursos que o planeta é capaz de renovar em um ano e tudo a partir de agora já está acima do que a Terra consegue entregar sem danos”, revelou.

O gerente geral de RI e Sustentabilidade na ArcelorMittal Brasil, Guilherme Abreu, afirmou que o grande ponto é o crescimento populacional que temos no planeta e a necessidade de recursos para atender essa demanda. De acordo com ele, a expectativa de clientes, sociedade e investidores é a inovação da Economia Circular, redução da pegada de carbono e transparência na cadeia de suprimentos. “As perspectivas para a demanda de material são fortes, com uma economia cada vez mais sustentável, circular e de baixo carbono, necessária para uma manutenção de qualidade de vida adequada para todos”, comentou.

Maiara Goulart Medeiros, gerente de Valorização de Resíduos da Veolia Brasil, lembrou que a geração de resíduos cresceu 19% em 10 anos e que foram gerados 79,6 milhões de toneladas em 2020 no Brasil. Ela informou que a coleta cresceu 24% em uma década, atingindo 72,7 milhões de toneladas, sendo que cerca de 60% foram para aterros sanitários, e que também houve um aumento dos resíduos que foram destinados aos lixões. “Mais ou menos 40% dos resíduos gerados ainda são destinados a lixões, que são terrenos a céu aberto, sem nenhuma proteção técnica, ambiental e sem proteção à saúde pública. Ou seja, quase metade dos resíduos gerados nas nossas casas ainda acabam nos lixões”, enfatizou. Ela destacou que precisamos valorizar os resíduos e citou que o papel siliconado, por exemplo, vira papel toalha e que o polietileno e polipropileno, usados nas abas de absorvente, após passar por processamento, podem servir para a fabricação de cabos de escovas de dentes.

O presidente do Conselho Humberto Mota Filho ressaltou que: “todos têm um importante papel a desempenhar: os governos podem conceber e conceder serviços de cobrança individual de reciclagem para incentivar investimentos na economia circular, as industrias podem desenvolver novos design de produtos mais circulares e menos descartáveis e a sociedade pode consumir de forma mais consciente, com menos desperdício. Tudo isso reforça a integridade, a reputação e a resiliência das organizações. Por isso, o Compliance na Agenda ASG e na economia circular gera novas oportunidades de negócios, certificações e consultorias.”