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ACRJ reúne especialistas em seminário sobre agenda ASG

Governança, Sociedade e Meio Ambiente foram os temas debatidos durante o seminário Agenda ASG: Desenvolvimento Sustentável. O encontro virtual foi promovido pelo Conselho Empresarial de Governança e Compliance da ACRJ, dia 07/05.

No tema Governança, a consultora de Compliance e conselheira da Comissão de Ética Pública (CEP), Roberta Codignoto, explicou o funcionamento da comissão, “responsável por administrar a aplicação do Código de Conduta da Alta Administração Federal” e tem também a missão de zelar pelo sistema de gestão da ética.

“Sou muito grata com a oportunidade de trazer essa voz da comunidade do Compliance do setor privado para dentro da Comissão de Ética Pública”, destacou Roberta Cpdignoto. E complementou afirmando sobre a importância do papel de representar a Comissão para a sociedade.

“A sociedade precisa ser protagonista também. Ela não pode adotar uma posição passiva”, comentou o presidente do Conselho, Humberto Mota Filho, ao lembrar que agora mais gente já sabe como a Comissão funciona e a importância da participação de todos.

Luciano Porto, diretor da ACRJ, também fez palestra sobre o eixo Governança e analisou, entre outros pontos, a decisão recente da Comissão de Valores Mobiliários de reformular o formulário de referência, exigindo mais dados sobre ESG (sigla em inglês), que trata de questões ambientais, sociais e de governança. De acordo com ele, o objetivo da CVM é simplificar e racionalizar os dados do formulário, que foi criado para reunir em um único documento todas as informações de uma companhia aberta.

“Existe hoje em análise na CVM essa audiência pública para atualização do formulário de referência e que consta essa nossa proposição de que a cultura empresarial passe a ser abordada também pela administração no formulário de referência”, explicou Luciano Porto. Ele lembrou que, embora a decisão seja para companhias abertas, acaba reverberando em empresas familiares.

No eixo Social do Seminário, Juliana Oliveira, co-fundadora do Compliance Women Committee, comentou sobre diversidade, questão das mulheres no mercado profissional, no espaço que ocupam e voz de fala. Conforme Juliana, a atuação de mulheres na área de compliance vem crescendo muito. “É também trazer, além do papel da mulher, a relevância de colocar as mulheres em altos cargos de liderança. Se a gente for pensar em número de CEOs o número ainda é muito reduzido e eu acho que essa diferença precisa se alterar”, reafirmou.

Daniele Pescadinha, coordenadora da CWC/RJ, reforçou a importância do empoderamento feminino e da cultura da integridade no ambiente corporativo. “Sempre trouxemos pautas sobre empoderamento feminino e também sobre temas dentro da área do compliance”, afirmou, ressaltando a necessidade de promover network inglês para que as integrantes tenham conhecimento específico envolvendo tais assuntos.

O eixo Meio Ambiente teve como palestrantes a coordenadora do Relato Integrado no Brasil, Wania Borgerth, e o gerente de Auditoria Interna e Sustentabilidade da ICTS Protiviti, Filipe Lemos Monteiro.

Segundo Wania Borgerth, a gestão do negócio precisa mudar, o ESG não é mais um luxo, ou coisa de “verde”, e se tornou um elemento comum para todas as empresas. “Uma empresa é sustentável se ela é capaz de tratar todas as vertentes (social, ambiental e governança). Ninguém pede para uma empresa não ser lucrativa, ela pode gerar lucro, sendo eficiente e ética”, disse. Wania completa afirmando que a mensagem contida nos relatórios das empresas não pode mais se limitar aos dados econômicos.

O Relato Integrado é uma nova forma de preparação e apresentação de relatórios corporativos, que requer que a organização pense de forma integrada e está baseado em processos de controle e gestão. “A melhor decisão de uma empresa é decisão mais bem fundamentada. E a informação é o que baseia essa decisão”, finalizou.

Filipe Lemos Monteiro destacou três categorias de risco de um negócio: a regulação, a transição para uma economia de baixo carbono e o impacto das mudanças climáticas nos negócios. Cada uma delas, segundo ele, influenciando de formas diferentes nas empresas.

Especificamente no caso da transição das empresas para uma economia de baixo carbono, o gerente afirmou que as empresas precisam reagir a esta nova condição pois serão cobradas pelos clientes e outros stakeholders. “Todos os seus públicos de interesse irão exigir isso. Isso vai reverberar no lucro que a empresa vai gerar”, explicou, acrescentando que sua atuação vai impactar positiva ou negativamente em sua imagem e reputação e em seu resultado econômico.