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A Funarj de volta para o futuro

Em palestra para o Conselho Empresarial de Assuntos Culturais, no dia 14 de outubro, o presidente da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (FUNARJ), José Roberto Gifford, anunciou o projeto “FUNARJ em Casa”, uma plataforma única no país, na qual as pessoas poderão comprar ingressos para espetáculos e assistir virtualmente, ao vivo e “on demand”. “O projeto vai ajudar a aumentar a receita dos teatros. Os ingressos terão preços diferenciados”, afirmou o presidente.

Uma iniciativa da fundação é desenvolver uma série de projetos culturais, com o objetivo de descobrir novos talentos e chegar às áreas mais carentes da cidade e do estado. “Nosso entendimento é que os projetos realizados na Zona Sul também devem chegar a outras partes da cidade, como em Campo Grande, e na Vila Kennedy”, destacou.

Na Vila Kennedy, bairro da Zona Oeste do Rio, a FUNARJ realizou espetáculos que lotavam de crianças um de seus equipamentos culturais, o Teatro Mário Lago, para a exibição de filmes infantis, antes da pandemia. Numa parceria com o projeto “LER-Caleidoscópio da Cultura”, a fundação tem levado atividades multiculturais aos subúrbios cariocas e a municípios da Baixada Fluminense.

“Fizemos uma série de projetos, como o Prêmio de Montagem Teatral, que vai destinar R$ 600 mil a 10 projetos artísticos originais e inéditos de montagem teatral de profissionais e estreantes”, detalhou. Além de receber recursos, as ações vencedoras serão apresentadas no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana; no Teatro Arthur Azevedo, em Campo Grande; e no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes. O edital está disponível no site da FUNARJ, através desse link.

A recuperação de seus museus e teatros, como o Teatro João Caetano e o Museu do Ingá, também é um dos objetivos da fundação. “A intenção era reformar esses locais ainda em 2020, não fosse a pandemia”, destacou.

O presidente da FUNARJ explicou, ainda, que foi criado um protocolo de segurança para a reabertura dessas salas. “Elaboramos um protocolo de segurança sanitária para os nossos equipamentos, focado na segurança das atividades e discutido com instituições internacionais.” O protocolo foi elaborado a partir da pesquisa de documentos semelhantes, criados por outros países e estados – como Alemanha, Holanda, Estados Unidos, França e o Estado de São Paulo – e de reuniões entre a FUNARJ e o Conselho Internacional de Museus; a Academia Brasileira de Música; a Ópera Latino Americana; e o Fórum Brasileiro de Ópera, Balllet e Música de Concerto.

O protocolo passou a ser adotado, via decreto, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. Com a implementação dessas novas regras de segurança, alguns espaços culturais já estão previstos para reabrir a partir de novembro, como a Casa de Cultura Laura Alvim. “Todos os nossos teatros vão reabrir, com segurança para quem for.”

De acordo com Gifford, o papel da FUNARJ não deve se limitar à administração de teatros, mas atuar também na geração de empregos e no incentivo de produções artísticas “Com essas iniciativas, a FUNARJ começa a entrar nos trilhos e a pensar em 2021. No ano que vem, pretendemos fazer tudo que faríamos em 2020 e mais alguma coisa. Por meio da cultura, a gente consegue melhorar a vida das pessoas”, concluiu.