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Embaixador Graça Lima analisa importância do comércio exterior

O vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador José Alfredo Graça Lima, traçou uma perspectiva histórica da relevância do comércio exterior para a economia dos países. “O comércio nunca deixou de ser essencial para a paz e prosperidade das nações. Quanto mais integração, interdependência e cooperação internacional, mais inclusivo se torna o processo de globalização, com mais benefícios para produtores e consumidores”, afirmou em palestra para o Conselho Empresarial de Política e Comércio Exterior, dia 21/09.

Segundo o embaixador, apesar da queixa de alguns setores de que a globalização beneficiaria um grupo de países em detrimento de outros, isso poderia ser evitado no âmbito do comércio exterior com algumas ações liberalizantes. “É necessário que a globalização atinja um maior número de pessoas e produtores, para que o equilíbrio comercial resultante seja sustentável”, disse.

Atualmente, com a pandemia e o aspecto nacionalista de alguns governos, o processo de integração comercial entre os países deve passar por um reajuste. Mas Graça Lima enxerga o processo como irreversível. “É impossível um mundo menos interdependente do que é atualmente.” Ele ainda explicou que, embora existam questões pontuais, como disputas alfandegárias e tarifárias internacionais, hoje temos mecanismos sofisticados para lidar com essas dificuldades, como é o caso da Organização Mundial do Comércio (OMC). 

Graça Lima afirma que o Brasil precisa de uma reforma tarifária para ser competitivo nesse contexto, aliada a outras medidas de redução do chamado Custo Brasil. “Assim, podemos pensar num futuro em que essa liberalização seja acompanhada de outras medidas que transformem o país”, pontuou.

Embora o estado brasileiro não seja beneficiado por determinadas declarações e percepções externas sobre a relação do governo com as questões ambientais, o embaixador não crê que isso possa resultar em sanções estrangeiras. “Acho que o comércio está afastado de qualquer ameaça de restrição ao Brasil. Claro que isso pode acontecer, na forma da reprovação do acordo Mercosul e União Europeia, no caso de percepção da não preservação do meio ambiente. É uma questão que está em aberto”, complementou.