O conflito comercial entre China e Estados Unidos foi um dos temas debatidos durante a reunião do Conselho Empresarial de Políticas Econômicas da ACRJ, realizada nessa quinta, 17 de outubro. O atrito comercial entre os dois países está levando a uma queda no comércio mundial de 1%. De acordo com o FMI, os efeitos recaem na economia global deste ano, que tem previsão de crescimento de 3%, menor índice desde 2008.
No cenário externo mais amplo, a avaliação é que a temida recessão global deve ser branda, apesar da fragilidade econômica da União Europeia. Nos Estados Unidos, a situação é boa, segundo o Conselho: não há sinais de inflação e nem de deflação, enquanto a economia continua aquecida (+ 2,00%) com um Produto Interno Bruto (PIB) de quase US$ 18 trilhões. Para o presidente do Conselho Empresarial de Políticas Econômicas da ACRJ, embaixador Marcílio Marques Moreira, a desaceleração das economias mundiais afeta o Brasil. Segundo ele, o país está vivendo um momento atípico de transição e o comércio mundial em desaceleração não é, para nós, benigno. Não obstante, a ainda lenta recuperação vem mostrando tração, nos últimos meses, haja vista os consistentes números positivos. Embora sejam avanços moderados, eles tem se revelado aluvionais e cumulativos, o que nos autoriza a esperar não só um segundo semestre mais robusto do que o primeiro, senão também um promissor ano de 2020.
Os nossos vizinhos, como o Paraguai, têm se beneficiado com nossos problemas e nossos altos impostos. Algumas empresas que aqui estavam, estão migrando para o Paraguai, que ostenta menor freio burocrático. Os altos tributos e a insegurança jurídica tem afetado o Brasil e a burocracia tem se tornado sufocante, afirmou Marcílio Marques Moreira. Mas, a aprovação pelo Senado da Reforma Previdenciária e a recente legislação desburocratizante e de privatização devem melhorar substancialmente o clima de negócios.
Os conselheiros também debateram o cenário econômico internacional, a Reforma Tributária, a política de turismo e os BRICS, que devem ter, em breve, reunião em Brasília. Sobre o turismo, eles ressaltaram a importância de adotar uma política bem pensada, já que o Brasil tem enorme potencial turístico. Em relação ao BRICS, os conselheiros analisaram a relação da China e da Índia, que contribuiu de maneira significativa, por exemplo, para a retomada científica e tecnológica dos chineses na eficaz e menos poluente produção de cimento. Recente encontro entre o Primeiro Ministro da Índia Modi e do Presidente da China Xi Jinping, parece ter representado momento icônico de melhoria consistente entre esses países com enormes populações e forte potencial de desenvolvimento, que costumavam nutrir uma série de desconfianças, que começam a se desfazer.