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Resgate de ferrovias fluminenses é foco de discussão do Conselho de Logística e Transporte

Apesar de representar um dos meios mais eficazes de transporte de carga e passageiros, as ferrovias brasileiras estão abandonadas. A afirmação é do presidente do Conselho Empresarial de Logística e Transporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Delmo Pinho. Em reunião realizada nesta quinta-feira, 3 de outubro, ele comentou que apenas com a Resolução nº 4131/2013, cerca de 800 km de ferrovia de bitola métrica foram devolvidas ao Governo Federal e desativadas, e deste total cerca de 180 km estão no estado do Rio de Janeiro. 

Para reverter esse cenário, o Rio de Janeiro se espelha na formação da “frente parlamentar ferroviária”, de Minas Gerais: um grupo de deputados mineiros que vêm realizando um trabalho de resgatar os trechos abandonados no estado vizinho ao Rio.

Recentemente foi criada na Alerj a Frente Parlamentar Rio nos Trilhos. “Com a pressão política da Bancada Estadual e os Estudos Técnicos do Governo do Estado os pleitos do Rio vão se tornar prioridade”, afirmou Delmo. Ainda sobre a Resolução, a devolução gerou indenização para o Governo Federal e o que o Rio pleiteia é que parte da indenização, correspondente aos 180 km, seja investida na recuperação de trechos ferroviários no Estado. Inclusive, já encaminhou lista de sugestões de alocação para o Ministério Público de Minas Gerais.

O presidente do Conselho reproduziu a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, para quem o país caiu na “armadilha do baixo crescimento”, dado o fato de grande parte do orçamento estar impossibilitado de ser utilizado em investimentos. Nesse contexto, com as despesas estatais atreladas ao pagamento de dívidas e gastos indexados, a recuperação da infraestrutura no Rio se daria pela via de concessões e privatizações.

“Com o Governo Federal sem poder investir, as concessões se tornam necessárias”, afirmou Celia Daumas, membro do Conselho. Ela apresentou uma pesquisa que demonstra a relação direta entre investimento em infraestrutura e crescimento do Produto Interno Bruto de um país. Atualmente, o Brasil só investe 2,3% do PIB em infraestrutura, enquanto a China, por exemplo, investe 9%. 

Com a criação de uma frente ferroviária no Rio, foram apresentadas sugestões de projetos já estudados que poderão guiar o grupo e proporcionar uma evolução infraestrutural no estado, como recuperação de estradas de ferro, concessão de vias, ligações entre rodovias importantes e mudanças em trechos de estradas que são gargalos para o trânsito. “Se perdermos essa onda atual de concessões, teremos muitas dificuldades. O estado não tem dinheiro”, concluiu o presidente do Conselho.