Certamente muitos de nós temos ouvido, não poucas vezes, que os dados hoje são o nosso antigo petróleo. Estamos vivendo na era da tecnologia, empresas como Airbnb, Uber e Facebook são grandes exemplos disso. A Airbnb avança no mercado imobiliário sem ter 1 quarto de hotel. O Uber pode cobrar barato por suas corridas, uma vez que visa o lucro com a venda das informações de seus usuários: trajetos, rotas, horários, entre outros. E o que falar do Facebook, esse que sem ter 1 jornalista se quer foi considerado um dos responsáveis pela eleição do presidente de uma das maiores potenciais mundiais, os EUA.
Por vivermos nessa era, tudo está em rede. Por não termos todas as competências necessárias, nos relacionamos em rede também. Cada vez mais precisamos trabalhar em equipe, o que torna cada vez mais relevante vivenciarmos relações interpessoais saudáveis. O atual mercado de trabalho com tantas informações instantâneas e mudando rápido demais provoca desconforto, insegurança em relação as inovações e consequentemente gera desafios enormes para a comunicação e trabalho em equipe, dado a constante necessidade de adaptações.
É aí que a inteligência emocional entra como uma importante competência e fator crítico de sucesso para os indivíduos no meio corporativo, uma vez que o comportamento tem sido um dos maiores fatores motivacionais para demissões. Ela pode ser entendida como o casamento entre o cérebro e o coração e pode ser desenvolvida através do autoconhecimento, autocontrole, motivações, empatia e habilidades sociais. A IE também estabelece a capacidade de adaptar-se ao novo, e consequentemente dilui o estresse.
Sob um outro ângulo, pesquisas mostram que o quociente de inteligência (QI) vem caindo ao longo dos anos. De acordo com estudiosos, o QI é hereditário e as pessoas com QI mais elevado tem tido menos filhos. Além disso, a Era Tecnológica influenciou diretamente as atividades do cérebro, facilitando demasiadamente os “imputs” do dia a dia, fazendo com que de uma certa forma economizemos o raciocínio. Com o QI caindo faz-se necessário um contra ponto, ou seja a elevação da IE. Nos aprofundar no tema, ajuda a entender melhor as relações humanas dentro do ambiente organizacional e consequentemente traz grandes conquistas para a gestão.
Nesse ponto entramos no Compliance. Grande aliado e ferramenta essencial para mantermos a integridade, a boa fé e as relações interpessoais de forma ética e justa. Compliance cuida do comportamento humano e por consequência lida com conflitos de interesses. Através de Códigos de ética, construção de políticas e procedimentos, o Compliance promove um ambiente de trabalho mais confiável, acarretando em inumeráveis melhorias para a gestão.
Olhando para o Brasil, existe uma demanda muito intensa por ética. O resultado das últimas eleições mostraram que a população brasileira em sua grande maioria abriu mão em alguma medida da sua ideologia pessoal para votar fortemente contra a corrupção. Países nos quais a população é mais envolvida com as questões políticas e socioeconômicas tem o índice de corrupção mais baixo, o chamado Índice de Percepção da Corrupção. Quanto maior esse envolvimento, mais facilidade e transparência há no trabalho de combate à corrupção.
Acredito que estamos no caminho certo. Precisamos valorizar cada conquista e continuar com perseverança a trilhar o brilhante caminho da inteligência emocional e da ética, construindo uma cultura de integridade em nosso país.
Cristiana Aguiar Salles
Conselheira da ACRJ