O presidente da ACRJ, Josier Vilar, recebeu nesta 6ª feira, 27 de junho, a historiadora Marly Motta, a economista Maria Silva Bastos, o professor e economista Mauro Osório e o deputado constituinte Miro Teixeira para debater os erros, acertos e os desafios do Rio de Janeiro após 65 anos da mudança da capital para Brasília e 50 anos da fusão do Estado da Guanabara.
Josier Vilar abriu o encontro destacando que não é possível esquecer o passado, mas o Rio de Janeiro tem uma história que precisa ser valorizada e resgatada, sem o ônus de ter sido dependente do poder público durante muitos anos.

““Temos feito aqui na ACRJ um esforço muito grande, particularmente junto a atual administração do prefeito Eduardo Paes, no sentido de retomar para o Rio de Janeiro uma referência em inovação, empreendedorismo, um novo modelo de gestão e de governança. Temos muitas vocações e precisamos criar uma cultura empreendedora na Cidade e no Estado”, disse.
A historiadora Marly Motta fez um contexto histórico dos dois importantes acontecimentos para a cidade e o estado do Rio de Janeiro e destacou que além da mudança administrativa, esses marcos contribuíram, de certa maneira, para uma baixa autoestima das pessoas. “Não necessariamente foi administrativamente, mas sim no imaginário. Ao mesmo tempo que há essa baixa autoestima, por outro lado, a gente nunca conseguiu ser um município como o outro qualquer” disse.

Maria Silvia Bastos, atualmente na Secretaria Especial de Grandes Projetos da Prefeitura do Rio, disse que é preciso separar ou diferenciar correlação de causalidade de que uma grande cidade precisa se tornar a capital de um estado para haver uma agregação da região metropolitana. “Embora a gente tenha se tornado a capital do Rio, ainda temos uma das regiões metropolitanas das mais frágeis do país. Ou seja, fazer o Rio de Janeiro a capital do estado não transformou a região metropolitana porque nunca houve um projeto integrado de Rio de Janeiro”, afirmou Maria Silvia.
A transferência da capital do Rio de Janeiro para Brasília, oficializada em 21 de abril de 1960, foi uma decisão estratégica, idealizada por Juscelino Kubitschek como parte do seu Plano de Metas. Este fato marcou a história político-administrativa e urbana do país, particularmente do Rio de Janeiro, e gerou uma série de erros, acertos e desafios, que muitos os especialistas dizem alguns deles ainda estão em curso atualmente.

O economista Mauro Osório ressaltou a dificuldade de entendimento de muitas pessoas sobre quais são os problemas centrais do Rio de Janeiro e, a partir disso, apontar as saídas. Segundo ele, a questão é política. “Nós precisamos mudar a política no Estado brasileiro. Essa é a questão. Esse é um ponto absolutamente central que estamos discutindo no Estado brasileiro. Precisamos ter uma agenda. No ponto de vista econômico, eu acho que a ideia de reflexos produtivos, ou sistemas produtivos, é muito importante. Até porque os serviços e indústrias são muito fluídas”, explicou.
Ocorrida em março de 1975, a fusão entre o antigo Estado da Guanabara e o Estado do Rio de Janeiro, tinha como propósito simplificar a estrutura federativa e fortalecer a administração regional. No entanto, especialistas apontam que os efeitos dessa unificação provocaram desequilíbrios institucionais e os impactos sociais e econômicos perduram por cinco décadas.

O debate está disponível no Canal ACRJ Divulga no YouTube. Acesse aqui
Alguns momentos do encontro:







Fotos Estefan Radovicz