Por Josier Vilar, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. Artigo publicado no Diário do Rio
O Rio de Janeiro tem muito a comemorar neste final de ano, pois um conjunto imenso de realizações reacendeu o protagonismo da cidade no cenário nacional.
O turismo cresceu com força com mais de 2 milhões de estrangeiros neste ano, a cultura retomou a vibração que sempre a caracterizou, o audiovisual se desenvolveu exponencialmente, o entretenimento voltou a encher casas de espetáculos, praias, arenas e ruas, e o esporte viveu um momento histórico — a conquista do tetracampeonato da Copa Libertadores pelo Flamengo, símbolo do espírito vencedor do carioca.
Mas foi no campo da inovação e da saúde que talvez tenha ocorrido a transformação mais estratégica.
Em meio à expansão de startups, ao fortalecimento da Fundação Oswaldo Cruz, ao crescimento do Parque Tecnológico da UFRJ, UERJ, PUC e UFF e ao investimento de hospitais em medicina de precisão e inteligência artificial, o Rio sediou a FISWEEK e o Rio Health Forum, que se consolidaram como os maiores eventos de inovação em saúde do país.
A FISWEEK marcou a entrada definitiva do Rio no mapa da inovação em saúde. Reuniu pesquisadores, hospitais, empreendedores, investidores, indústria, operadores de saúde e formuladores de políticas públicas em um mesmo ambiente — algo inédito em escala nacional. Mais do que um evento, foi um amplo encontro que articulou agendas, produziu conteúdo estratégico e conectou atores que raramente dividem o mesmo palco.
Com isso, o Rio mostrou possuir o que poucas cidades do mundo têm: a capacidade de transformar ciência em desenvolvimento, tecnologia em negócios, conhecimento em política pública.
Cada vez mais a saúde desponta como a nova fronteira econômica do Estado através do Complexo Econômico e Industrial da Saúde e, em especial, da indústria da inovação e do conhecimento. E a FISWEEK contribuiu para posicionar o Rio como o centro da inovação em saúde no país — e como referência latino-americana em ciência, tecnologia e desenvolvimento.
Enquanto isso, o setor empresarial continua a desempenhar papel decisivo. No turismo, na cultura, no comércio, no audiovisual, na gastronomia e no esporte investidores e empreendedores voltaram a apostar no Rio.
A ACRJ reafirmou seu papel como a Casa do Empresário, articulando debates, conectando atores e incentivando uma agenda de desenvolvimento baseada em inovação e diversificação econômica.
Tudo isso aconteceu apesar do maior desafio fluminense: a segurança pública. O problema é real, complexo e exige ação permanente das instituições. O estado tem trabalhado para avançar, mas a solução depende de continuidade, inteligência e integração. Reconhecer as conquistas do Rio não significa ignorar os desafios — significa olhar o Estado com maturidade e responsabilidade.
O fato é que o Rio voltou a mostrar vitalidade econômica, potência criativa e capacidade de realização. Vive um momento raro de energia positiva, reafirmando-se como um lugar onde tudo de bom acontece — desde que exista visão, trabalho e compromisso coletivo.
O próximo ano será decisivo.
As escolhas dos fluminenses definirão se esse ciclo de conquistas será expandido ou interrompido. A cidade mostrou que pode crescer, inovar e liderar. Cabe agora aos cidadãos decidir se querem manter o Rio nesse rumo de futuro.

Publicado originalmente no Diário do Rio.