Os membros do Conselho Empresarial da Renovação do Centro do Rio da ACRJ, participaram da última reunião do ano, dia 4 dezembro, quando foram debatidos alguns assuntos que mostram avanços importantes para a recuperação da região central da cidade. A reunião foi coordenada pelo presidente do Conselho, Carlos Roberto Osório, e contou com a participação de forma virtual do vice-presidente dos Conselhos Empresariais da ACRJ, Juedir Teixeira. Os conselheiros também analisaram um documento com sugestões de melhorias para o Centro do Rio em várias áreas, com o objetivo de promover a revitalização da região central da cidade. O material será encaminhado aos parceiros para validação e lançado no ano que vem.
O vice-presidente do Conselho, Cláudio André Castro, listou alguns resultados positivos recentes, como a aprovação de uma lei que autoriza a Prefeitura a intervir em imóveis privados para evitar riscos estruturais e melhorar a aparência urbana. “A medida permitirá agir em situações de depredação, deterioração e pichações, ampliando a capacidade de resposta do poder público”, disse.
Cláudio André também mencionou a realização de grandes eventos no entorno de imóveis tombados sem autorização do IPHAN. De acordo com ele, a regra não vem sendo cumprida, como aconteceu no último final de semana, e ocorre todo anos no Carnaval. Sobre o tema, Carlos Osório sugeriu que a Associação Comercial cobre formalmente da Prefeitura o cumprimento dessa obrigação, especialmente antes do Carnaval e solicitou que o vice Cláudio André prepare um ofício sobre o assunto. “Isso é fundamental para evitar novos episódios de desordem e prejuízo aos comerciantes e ao patrimônio histórico e, em alguns casos, para preservar também a segurança da população”, afirmou.
Dois temas igualmente importantes para o Centro foram solucionados na última semana, como adiantou Cláudio André. Uma reunião com a Comlurb resultou em uma solução específica para a Praça XV. A empresa se comprometeu em remover as pichações dos imóveis tombados da região, desde que os comerciantes forneçam os materiais necessários.

Outro ponto relevante foi o encontro com a diretoria da Águas do Rio, que avaliou de perto os problemas de cobrança mínima excessiva em prédios vazios, parcialmente ocupados ou convertidos para uso residencial. “A concessionária iniciou estudos para propor soluções, motivada também pela repercussão das denúncias na imprensa”, disse.
Elogiado pelo vice-presidente Cláudio André, o projeto Reviver Centro da Prefeitura tem contribuído para ocupar espaços de lojas fechadas até mesmo antes da pandemia. Mas ele acredita que a revisão do programa, que está na pauta da Prefeitura, deverá impactar negativamente algumas áreas do Centro, pois uma parcela dos ocupantes não deve permanecer após o fim dos incentivos.
“A Prefeitura planeja um novo modelo, corrigindo falhas como a exigência de extensa documentação dos proprietários, um entrave que impediu a entrada de diversos imóveis, sobretudo na Praça XV. A expectativa é ampliar a ocupação e dinamizar áreas-chave como Praça Tiradentes. Mas é fato que conseguimos alugar os imóveis ao lado das lojas ocupadas pelos projetos do Reviver Centro. E isso é muito positivo”, analisou Cláudio André.
No campo da recuperação imobiliária, foi informado que está marcado o leilão das primeiras áreas da antiga rodoviária, com subsídio que deve atrair interessados. “A prefeitura também trabalha em novos leilões para prédios já desapropriados na Praça XV e estuda intervenções na Rua do Lavradio e entorno. Há ainda desapropriações ao lado do Gabinete Português de Leitura, que devem integrar futuras etapas de revitalização”, adiantou Cláudio André.
Por outro lado, ele chamou a atenção para a situação crítica de imóveis históricos, com casos recentes de desabamentos, reforçando a urgência de políticas mais firmes de preservação. Apesar dos desafios, ele diz que “há um movimento contínuo de avanços, com maior engajamento público e privado na revitalização do Centro”.
Por fim, os conselheiros também comentaram sobre a proposta de restauração e reativação do espaço para visitação do Outeiro da Glória. O objetivo, segundo Osório, é incluir o projeto na Lei Rouanet no início do ano. “A igreja está fechada, com dificuldades de manutenção, exigindo ações urgentes de conservação e uso”, explicou Osório, acrescentando que isso pode ser feito para outras Igrejas do Centro em situação semelhante.
Houve sugestão ainda de integrar programas de estudantes que atuam como explicadores nas igrejas, ajudando na visitação. “A proposta se amplia para criar uma estratégia de valorização de todo o patrimônio religioso das Irmandades, com potencial de ativação econômica e cultural, incluindo parcerias com empresas e projetos incentivados”, ressaltou o presidente do Conselho.
Carlos Osório adiantou que este será um dos temas da próxima reunião, agendada para dia 15 de janeiro de 2026, que terá como convidado do Secretário Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro é Marcus Belchior.