O Conselho Empresarial de Energia e Transição Energética da ACRJ promoveu uma palestra sobre Captura e Armazenamento de Carbono (CCS), tema importante na agenda da transição energética, que contou com a participação Nathália Weber, da CCS Brasil, uma organização que promove a cooperação entre academia, governo, financiadores, indústria e sociedade para o desenvolvimento das atividades de nesta área no Brasil.
Durante sua apresentação, Nathália Weber abordou o avanço das tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS) e suas aplicações no contexto brasileiro, em especial no Rio de Janeiro. A especialista destacou as diferentes rotas possíveis, como a Cadeia de Bioenergia com Captura e Armazenamento Geológico (BECCS) e a Captura Direta do Ar (DAC), ambas, de acordo com ela, com grande potencial para reduzir emissões e contribuir com as metas climáticas globais.
Segundo os dados apresentados pela especialista, o potencial de captura de CO₂ no país pode chegar a 200 milhões de toneladas por ano, sendo que a maior parte vem de fontes fósseis (cerca de 65%), seguida pela bioenergia (20%) e pela indústria (15%). “No caso específico do BECCS, a estimativa é de aproximadamente 40 milhões de toneladas anuais”, explicou.

No Rio de Janeiro, o potencial de captura de CO2 é de 30 milhões de toneladas por ano. Considerando um valor de U$ 100 a tonelada de carbono, representaria uma geração de valor de U$ 3 bilhões por ano”, complementou Gabriel Kropsch, presidente do Conselho. Ele acrescentou que, diferentemente de outros estados, 65% da energia fluminense vem de fontes fósseis, fora a geração de energia nas indústrias, geralmente a diesel, ou, no melhor dos casos, a gás natural
Ela também mostrou que o cenário regulatório também avança rapidamente. Em 2024, o Brasil registrou uma série de marcos relevantes: a sanção das leis “Combustível do Futuro” e do Mercado Brasileiro de Carbono, além da criação do Programa de Aceleração da Transição Energética (PATEN). “Além disso, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Ministério de Minas e Energia vêm conduzindo estudos, relatórios e workshops para estruturar o marco legal e técnico das tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono”, informou.
Em 2025, segundo Nathália, o tema segue em destaque com o início da Consulta Pública sobre o Plano Clima e a formação de um grupo de trabalho para o decreto regulamentador de CCS. Ela reforçou a importância de o Brasil manter o protagonismo na agenda da transição energética e encerrou afirmando que “capturar carbono hoje é garantir o amanhã.”