No dia 4 de setembro, o Conselho Empresarial da Renovação do Centro do Rio da ACRJ, presidido por Carlos Roberto Osório, se reuniu para debater alguns temas importantes para a revitalização da região central da cidade. O encontro contou com a participação do consultor Rodrigo Teixeira, que apresentou a primeira versão do plano de ação a partir do encontro realizado pela ACRJ em 19 de agosto, quando 33 instituições públicas e privadas se reuniram para debater propostas e soluções para os desafios do Centro da cidade. O documento será analisado pelos conselheiros, que farão ajustes antes de encaminhar ao presidente da ACRJ, Josier Vilar.
Na segunda parte da reunião, entre os principais temas discutidos, destacou-se a necessidade de encontrar caminhos para reduzir o custo do IPTU, considerado um dos maiores entraves à reocupação de imóveis e à atração de novos investimentos para a região. O tema foi apresentado pelo vice-presidente do Conselho, Cláudio André Castro, que mostrou casos extremos, como imóveis com IPTU mensal superior a R$ 40 mil, principalmente ex-lojas de bancos que hoje estão vazias e contribuem para a sensação de abandono do Centro.
Segundo Castro, a Procuradoria Geral do Município confirmou a possibilidade de reduzir individualmente o valor do IPTU mediante laudos de avaliação técnica conforme normas da ABNT, mas explicou que a adoção de um projeto setorial específico para o Centro enfrenta desafios técnicos e políticos. Para enfrentar esta situação, o Conselho debateu a criação de mecanismos temporários de desoneração, com validade inicial de cinco anos e critérios vinculados à efetiva ocupação dos imóveis, priorizando atividades econômicas estratégicas, além de outras alternativas. O tema será aprofundado com a Câmara Municipal do Rio, que se prepara para discutir o Reviver Centro 3, programa voltado à revitalização do Centro.
Outro ponto de destaque foi a discussão sobre o Corredor Cultural e as exigências atuais para reformas e restaurações, consideradas onerosas e impeditivas para muitos investidores. A proposta é buscar simplificação regulatória sem comprometer a preservação do patrimônio histórico.
O Conselho também avançou em ideias para requalificar a vocação econômica do Centro, resgatando ruas temáticas tradicionais, como a Rua do Ouvidor e República do Líbano, por exemplo, criando polos setoriais organizados. Entre as iniciativas estudadas está a atração de lojas de fábrica com apoio e incentivos para gerar fluxo de consumidores, além de um mapeamento detalhado das atividades por quadra, fortalecendo a identidade histórica e comercial da região.
“Estamos construindo soluções em conjunto com o poder público e a iniciativa privada com o objetivo é retomar a vitalidade econômica do Centro”, destacou Carlos Roberto Osório. A ACRJ segue atuando como ponto de articulação entre diferentes setores, consolidando propostas que combinam incentivos econômicos, gestão compartilhada e valorização da história e da identidade do Centro do Rio.