Conselhos Empresariais
Lindalia, Taiana, Andréa e Bia debatem a presença feminina em Conselhos

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Conselho da Mulher aborda diversidade, inclusão e atuação estratégica feminina em Conselhos

O Conselho Empresarial da Mulher no Ambiente de Negócios da ACRJ recebeu, dia 25 de agosto, o evento Jornada Conselheiras 2025 – Presença, Posicionamento e Influência em Tempos de Transição. O encontro contou com as participações de Bia Santos, da Barkus Educacional; Lindália Junqueira, do Hacking Rio; e Andrea Carvalho e Taiana Jung, do Hub+ Conselheiras, que debateram a atuação estratégica feminina em Conselhos.

Ao abrir a reunião, a conselheira da ACRJ, Taiana Jung, representando a presidente do Conselho da Mulher, Michelle Novaes, disse que a discussão de hoje trouxe à tona um conceito essencial para o futuro das organizações: a diversidade cognitiva, mas que o caminho a ser percorrido exige equilíbrio, respeito e reparo histórico. “A diversidade cognitiva não busca sobrepor gêneros, mas integrar forças, experiências e perspectivas para construir decisões mais robustas e inclusivas. Afinal, quando há preparo, abertura e intenção de fazer a diferença, as mudanças acontecem. A diversidade, portanto, não é apenas uma pauta social, é estratégia de negócio”, ressaltou.

“A diversidade cognitiva não busca sobrepor gêneros,
mas integrar forças”, ressaltou Taiana Jung

Segundo ela, dados recentes revelam desafios importantes: apenas 15% das cadeiras em conselhos de administração no Brasil são ocupadas por mulheres, enquanto a União Europeia estabeleceu a meta de 40% até 2026. Além disso, explicou, menos de 40% das instituições e fundações consideram diversidade na composição de conselhos, segundo pesquisa do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas). “No Brasil, apenas 38% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres e, quando falamos de mulheres negras, esse número cai para menos de 4%”, acrescentou.

Estudos mostram que empresas com equipes diversas têm 25% mais chances de estar entre as mais inovadoras e lucrativas. “A diversidade, portanto, não é apenas uma pauta social: é estratégia de negócio. Incorporar diferentes formas de pensar amplia a capacidade de resolver problemas, fortalece a representatividade e impulsiona o crescimento sustentável”, completou Taiana.

Em seguida, a cofundadora do Hub Mais Conselheiras, Andréa Carvalho, explicou que o propósito do movimento é fortalecer a presença qualificada de mulheres em conselhos e espaços de liderança no estado do Rio de Janeiro, conectando instituições públicas, privadas e da sociedade civil para ampliar a representatividade feminina em posições estratégicas.

Andréa Carvalho falou sobre a presença qualificada
de mulheres em conselhos e espaços de liderança – Foto: Raul Moreira

Em 2024, segundo ela, o Hub mobilizou mais de 200 pessoas e 20 instituições, promovendo encontros, participando de seminários e aumentando a visibilidade das mulheres em conselhos decisórios. “Este ano, vamos avançar com a Jornada Conselheiras RJ, realizada em parceria com a ACRJ, Amcham e ESPM, com foco em atuação estratégica, competências contemporâneas e governança climática para provocar, inspirar e equipar mulheres para exercerem influência real e estratégica. O Hub busca preparar conselheiras para assumirem protagonismo, gerarem valor e conduzirem organizações rumo a um futuro próspero e inovador”, explicou.

Bia Santos compartilhou sua trajetória como empreendedora e conselheira, destacando a importância das mentorias, da diversidade e da representatividade nos espaços de decisão. Ela também ressaltou que é fundamental a formação contínua e a articulação política para ampliar vozes e garantir que diferentes perspectivas estejam presentes nas tomadas de decisão. Bia iniciou sua carreira aos 24 anos como conselheira na cidade do Rio, sem formação específica para o cargo, mas com uma trajetória sólida no empreendedorismo. Cinco anos depois, atua em diferentes conselhos, municipais, estaduais e internacionais, sempre com o objetivo de gerar impacto e promover inclusão.

“Diversidade não é apenas uma pauta social, mas uma estratégia de inovação e competitividade para empresas e instituições. Organizações diversas são mais criativas, resilientes e preparadas para enfrentar os desafios do futuro”, disse.

Bia Santos destacou a importância da formação contínua – Foto: Raul Moreira

“Participar de um conselho de administração exige muito mais do que um título ou um curso rápido. A experiência mostra que a atuação como conselheira vai muito além da ideia de uma transição de carreira tranquila. É uma função que demanda comprometimento, atualização constante, preparo técnico e habilidade interpessoal”, afirmou Lindalia Junqueira em sua participação no debate. Ela destacou que formar-se em instituições sérias é fundamental, mas acredita que a capacitação deve ser contínua. Também chamou a atenção para a questão da diversidade nos conselhos. “Não apenas de gênero, mas de raça, idade, experiências e perspectivas. A troca entre gerações, por exemplo, pode enriquecer as decisões, pois os jovens trazem perguntas ousadas, enquanto profissionais mais experientes agregam visão estratégica e histórico de mercado”, disse.

Lindalia Junqueira disse que a atuação como conselheira demanda comprometimento

E finalizou: “no cenário atual, integrar conselhos significa aprender, colaborar e inovar. Diversidade e preparo são fatores decisivos para construir ambientes mais equilibrados, estratégicos e representativos”.

A reunião foi organizada pelo Conselho Empresarial da Mulher no Ambiente de Negócios da ACRJ e contou com a parceria da Amcham Rio, ESPM e Hub Mais Conselheiras.

Foto: Raul Moreira