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O Galeão não pode dar marcha à ré

Foto: Divulgação/RIOgaleão
Foto: Divulgação/RIOgaleão

O Galeão não pode dar marcha à ré

Artigo assinado por Josier Vilar e Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

A revitalização do Aeroporto Galeão Tom Jobim, iniciada com o recente aumento da frequência de voos regionais, permitiu que o Rio voltasse a ser a porta de entrada de grande parte dos voos internacionais que chegam ao Brasil. Isto só foi possível graças à limitação do número de passageiros para o Aeroporto Santos Dumont (SDU) em até 6,5 milhões/ano, garantindo, assim, que os voos em conexão internacional pudessem ocorrer no Galeão e o conforto, segurança e racionalidade para os usuários do Santos Dumont fossem asseguradas para as empresas que ali operam.
Portanto, a acertada decisão de reduzir o número de passageiros para o SDU de 10 milhões para 6,5 milhões de passageiros/ano tem o total apoio da classe empresarial do Rio de Janeiro.

Essa resolução das autoridades aeroportuárias foi estabelecida em conjunto com todos os interessados, a partir de um movimento a favor do Rio, liderado pela Prefeitura do Rio e pelo Governo do Estado, e que contou com a participação efetiva e o apoio imediato de diversas entidades representativas do ecossistema empresarial fluminense, entre elas a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Tal deliberação resultou em aumento expressivo do número de passageiros (94% em relação ao mesmo período do ano anterior) e cargas (38%) no aeroporto internacional no primeiro semestre desse ano, com transbordamentos positivos à toda sociedade. Segundo estudo da Firjan, o funcionamento eficiente dos dois aeroportos é capaz de gerar R$ 4,5 bilhões de reais por ano na economia fluminense. Esses avanços encontram-se, agora, em risco por conta de uma surpreendente investida da Secretaria Nacional de Aviação Civil no sentido de desfazer o acordo firmado. Tal ameaça precisa ser veementemente rechaçada por todos que desejam um Rio atrativo e seguro para se visitar e investir.

O Rio é o objeto de desejo da maioria dos turistas internacionais que almejam visitar o Brasil.

Diminuir a possibilidade de conexões com voos internacionais através do Galeão prejudica o Rio e todos os demais Estados da federação, pois grande parte dos turistas só vem ao Brasil se puderem visitar o Rio de Janeiro.

Na prática, esvaziar o Galeão impede que conexões internacionais ocorram. Por isso, não deveria ser do interesse de ninguém esse esvaziamento do Galeão.

Não faz o menor sentido o pleito da Secretaria Nacional de Aviação Civil, em solicitar à Agência Nacional de Aviação Civil-ANAC o retorno à situação anterior, propondo que o Santos Dumont retome o número de 10 milhões de passageiros/ano, colocando em risco a viabilidade do Galeão e comprometendo a qualidade dos serviços e o conforto dos passageiros que utilizam o SDU.

O equilíbrio econômico e de usabilidade dos dois aeroportos do Rio é absolutamente necessário para o turismo e o ambiente de negócios de nossa cidade e Estado.

A Secretaria Nacional de Aviação Civil não pode estar dissociada das demandas empresariais, econômicas e sociais do Estado do Rio de Janeiro.

Queremos um Galeão forte e sustentável economicamente e um Santos Dumont seguro, confortável e em equilíbrio com todo nosso sistema aeroportuário.

Que o bom senso prevaleça e os interesses do Rio, dos seus cidadãos e dos seus empresários sejam respeitados pela autoridade nacional aeroportuária.

O Rio tem pressa em voltar a ser um lugar atrativo e seguro para se viver, trabalhar, empreender, investir e visitar.

Josier Vilar
Presidente da ACRJ – Associação Comercial do Rio de Janeiro

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente da Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

Foto: divulgação RioGaleão