O sócio e country manager Brasil e Cone Sul da Control Risks, Christian Perlingiere, foi o convidado do encontro promovido pelo Conselho Empresarial de Energia e Transição Energética, dia 8 de julho. Ele falou sobre os principais riscos ao ambiente de negócios global, na América Latina e no Brasil de uma forma geral para as empresas e especificamente para quem atua no setor de energia. Ele destacou como riscos globais principais para este ano, questões como a política americana – que terá eleições presidenciais este ano – e a economia chinesa e as ameaças globais climáticas, entre outras.
O encontro contou ainda com a participação da country manager da Naturgy Brasil, Kátia Repsold; do presidente da ACRJ, Josier Vilar; do vice-presidente Jurídico da ACRJ, Laudelino da Costa Mendes; do presidente do Conselho, Gabriel Kropsch; do advogado Guilherme Vinhas, especialista na área energética; e do conselheiro Carlos Peixoto.
Christian Perlingiere iniciou sua apresentação chamando a atenção para os ataques globais significativos à integridade dos negócios, que se intensificaram a partir de 2020, segundo dados da Control Risks. De acordo com ele, este será um ano onde empresas de todo o mundo serão confrontadas com uma mudança de paradigma na integridade e resiliência dos dados, sistemas e tecnologias dos quais os negócios dependem. “Proteger a integridade da tecnologia e dos dados contra ameaças emergentes será mais desafiador do que nunca”, ressaltou.
“Essa discussão é muito importante para a ACRJ, pois todos esses riscos têm impacto direto no dia a dia das empresas, independentemente do porte ou área de atuação” disse o presidente do Conselho. Segundo ele, as grandes empresas têm ainda a responsabilidade de promover a capacitação e o desenvolvimento de seus fornecedores e subfornecedores para lidarem com esses riscos. “Há uma grande oportunidade para os Associados da ACRJ participarem ativamente dessas discussões e saírem na frente nesse processo de gerenciamento de riscos”, completou Gabriel Kropsch.
Especificamente sobre a área energética, Perlingiere destacou os riscos para projetos de energia no país, apontando as questões de licenciamento e as agências regulatórias, que sofrem com a falta de mão-de-obra técnica especializada. Ele mostrou ainda que os projetos em áreas com maior risco ambiental passam por uma avaliação mais criteriosa por parte das agências e um acompanhamento de perto da sociedade civil, especialmente das comunidades locais próximas aos empreendimentos. Em alguns casos, esses projetos têm acompanhamento mais próximo do Ministério Público Federal e aumento de contestações no âmbito jurídico.
Além desses riscos, ele ressaltou outras questões importantes que envolvem a tomada de decisão para grandes projetos na área de energia, como a expansão do crime organizado em algumas localidades, especialmente nas regiões Norte e Nordeste; o roubo de carga; e os crimes cibernéticos; e defendeu uma menor interferência política nas decisões.
Kátia Repsold lembrou que um cenário de estabilidade é bom para qualquer negócio, “mas vivemos em um mundo cada vez mais instável, e não é só aqui no Brasil ou no Rio de Janeiro, é no mundo inteiro. São guerras, questões políticas e regulatórias que de uma forma ou de outra influenciam os nossos negócios”. No caso da concessão de distribuição de gás, setor onde atua, ela disse que é necessário um pouco de resiliência, mas muito trabalho de adaptação aos cenários e conjunturas que se apresentam. “Estamos sempre avaliando os riscos do nosso negócio para enfrentar as volatilidades do mercado que atuamos”, explicou.