A consultora Fabienne Schiavo, especialista em Inovação para Cidades Inteligentes e Sustentáveis, foi a convidada da reunião do Conselho Empresarial do Ecossistema da Longevidade da ACRJ, dia 25 de junho. Ela fez uma palestra sobre Longevidade e Cidades Inteligentes no âmbito do G20 – materializando os acordos globais em ações locais. Fabienne também é colaboradora da Autoridade do Desenvolvimento Sustentável do Governo do Estado do Rio de Janeiro, cujo diretor executivo é o conselheiro da ACRJ, Paulo Protásio.
O presidente do Conselho Superior da ACRJ, Ruy Barreto Filho, deu as boas vindas aos participantes do encontro. O presidente do Conselho de Longevidade, Carlos Molina, abriu o evento destacando a importância do tema nas discussões do G20 e como a sociedade pode participar deste debate sobre o envelhecimento da população e uma expectativa de diminuição nos nascimentos. Molina lembrou que “a longevidade é uma coisa fantástica, maravilhosa, uma conquista da humanidade, mas traz desafios para os governos e para a sociedade em geral”.
Ele citou países, como o Japão e a Coreia do Sul, que devem perder 40% da população neste século. “São cerca de 70 milhões de habitantes”, destacou. O Brasil, segundo ele, vai chegar a 2100 com 20% menos de pessoas. “Vão ser 30 milhões de brasileiros a menos do que existem hoje. Representa a população dos Estados do Rio de Janeiro e da Bahia juntos”, disse.
No caso do Brasil, ele ainda chamou a atenção para o fato de que o grupo etário acima de 60 será o segundo maior até o final desta década, o que acarretará impactos nas “áreas da Saúde, Previdência, mercado de trabalho, mobilidade, transporte, apenas para mencionar alguns. Contratar jovens daqui a alguns anos vai ser uma tarefa difícil”, ressaltou.
Em sua apresentação Fabienne Schiavo mostrou como é importante inserir o tema da longevidade e envelhecimento da população das discussões do G20, já que esses assuntos nunca foram debatidos antes neste fórum. Ela acredita que o Brasil, por sediar o evento este ano e ter como lema “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, pode deixar um legado importante ao incluir estes temas nas discussões.
Ela lembrou que que “a longevidade é um tema transversal voltado às pessoas e está inserida em todos os desafios globais atuais: urbanos, complexos, digitais e criativos”.
Fabienne destacou que o desafio das cidades será muito grande nas próximas décadas, já que quase 7 bilhões de pessoas estarão concentradas em áreas urbanas até 2050 e com mais de 60 anos serão, aproximadamente, 2,1 bilhões de pessoas. Há muitas questões que, segundo ela, precisam ser pensadas pois impactam diretamente a economia das cidades. Salientou especialmente a pressão sobre os sistemas de previdência, o crescimento dos custos de saúde, a adequação da infraestrutura urbana, os desafios para o sistema educacional e de treinamento, entre outros.
Mas lembrou que o envelhecimento da população também pode criar oportunidades econômicas em setores relacionados ao envelhecimento, como saúde, tecnologia assistiva, lazer, esporte e turismo voltado para idosos. “Isso pode representar oportunidades para as empresas que conseguirem inovar e atender às necessidades dessa crescente população idosa”, disse.
O encontro contou com a parceria dos Conselhos do Ecossistema da Saúde e do Turismo, de Educação, de Esporte, lazer e Desenvolvimento Social, de Gestão de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional e das Micro e Pequenas Empresas da ACRJ.