Conselhos Empresariais
Célia Domingues, Augusto Cardoso, Luiz Prestes Filho, Thör Carvalho e Marta Arakaki

Conselho das MPEs debate a Economia da Cultura e o Carnaval

O especialista em Economia da Cultura, Luiz Carlos Prestes Filho, foi o convidado da reunião do Conselho Empresarial das Micro e Pequenas Empresas da ACRJ, realizada, dia 18 de junho, em parceria com os Conselhos de Comunidades, Novos Negócios e Economia Solidária e de Cultura. A reunião foi coordenada pelo presidente do Conselho, Thör Silva Carvalho, e o vice, Augusto Sérgio Cardoso.

Prestes Filho falou sobre a economia da cultura e a modelagem da cadeia produtiva, destacando, em especial, a importância do Carnaval para economia fluminense. Ele mostrou o impacto positivo desta festa popular em diversos setores da economia, como alimentação, hospedagem, serviços, transportes, entre outras. “A Cultura é o sexto segmento econômico mais importante do estado do Rio de Janeiro, mas até hoje não temos um planejamento estratégico para realizar uma ação concreta de suporte e para potencializar aqueles que produzem cultura no Estado do Rio de Janeiro”, enfatizou.

Ele comentou sobre o estudo que abordou a Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval – e gerou um livro de mesmo nome -, analisando os impactos econômicos da cultura e do carnaval, desenvolvido sob sua orientação. O livro reuniu um grupo multidisciplinar com economistas, tributaristas, sociólogos e estudiosos de mídia, entre outros profissionais, para analisar o Carnaval sob os diferentes ângulos e apontar algumas recomendações que, de acordo com ele, nunca saíram do papel.

Prestes citou um dado que está no livro apontando que as empresas privadas de produção cultural, os empresários que de fato geram produto cultural, alcançam 98% da população brasileira através de diversos meios. Enquanto isso, o produto cultural incentivado com dinheiro público, através das leis de incentivos e editais, só chega a 10% da população.

A presidente do Conselho de Comunidades, Novos Negócios e Economia Solidária, Célia Domingues, aproveitou a oportunidade para lembrar que a indústria do Carnaval funciona os 365 dias do ano e não apenas durante cinco ou sete dias. “Quando chega próximo do carnaval, todo mundo quer fazer alguma ação ligada ao carnaval. O que poderia ter feito durante o ano todo não é feito. Eu estou no carnaval desde que eu nasci praticamente e até hoje eu não entendi por que o Poder Público e mesmo quem faz o Carnaval não tem esse interesse em ocupar esses espaços e fazer com que isso funcione o ano todo como um negócio”, lamentou.