A ACRJ promoveu nesta 3ª feira (28/5) o seminário “A Inclusão Social das Comunidades através do Audiovisual”, uma iniciativa do Conselho Empresarial de Cultura da ACRJ, através de seu Comitê do Audiovisual. O evento foi aberto pelo presidente do Conselho Superior da ACRJ, Ruy Barreto Filho, que deu as boas-vindas aos presentes.
Ainda na abertura, o presidente do Conselho de Cultura, Sérgio da Costa e Silva, destacou os objetivos do Conselho, entre eles a organização de debates como este para a discussão de temas importantes para cultura do estado e da cidade. O conselheiro Steve Solot, presidente do Latin American Training Center-LATC e organizador do encontro, explicou a dinâmica dos painéis apresentados e ressaltou a importância do curso “Fazendo Seu Primeiro Filme – Introdução ao Mundo Audiovisual” oferecido aos jovens, cuja iniciativa nasceu no Comitê de Audiovisual do Conselho.
Steve Solot agradeceu o patrocínio do ex-presidente da Universal e Paramount Pictures, Sr. Michael Murphy, para este primeiro curso piloto, e explicou que a mostra de todos os filmes dos alunos do curso será realizada no dia 30 de junho, no Estação Botafogo.
O Seminário teve a participação de importantes nomes da indústria audiovisual e das comunidades do Rio de Janeiro e foi dividido em três painéis: “Resultados do Curso Fazendo Seu Primeiro Filme”; “Investimento no Audiovisual como Ferramenta de Inclusão Social”; e A Diversidade no Audiovisual”.
Durante o evento foram anunciados os vencedores do prêmio de “Melhor Criatividade” A Comunidade do Morro Azul, do aluno Mauro Pereira, que recebeu como prêmio uma bolsa de estudos para um curso da ABC Cursos de Cinema; e de “Melhor Técnica” Carteira Assinada, do aluno Marcos Furtado, que recebeu uma bolsa de estágio na produtora LC Barreto. Além disso, os dois vão receber uma bolsa integral para um curso de inglês para profissionais do audiovisual do Latin American Training Center-LATC.
No primeiro painel, moderado por Steve Solot, a secretária Municipal Especial da Juventude do Rio, Gabriella Rodrigues, explicou o apoio da JuvRio para a iniciativa do Curso “Fazendo Seu Primeiro Filme” e sua importância para oferecer aos jovens uma abertura e oportunidade de fazer parte da indústria audiovisual. “Nossa missão é desenvolver políticas públicas para uma faixa da população entre 15 e 29 anos na cidade. Segundo as pesquisas, é um público que tem muita dificuldade de saber como poderão se inserir no mercado de trabalho e a economia criativa pode ser a porta de entrada para muitos deles”, disse.
Roberto Faissal, diretor da ABC Cursos de Cinema comentou sobre a realização do curso, um projeto da ABC Cursos de Cinema que aconteceu em suas instalações, em Laranjeiras. “Foi um trabalho de equipe muito gratificante, que envolveu muitas pessoas e instituições e espero que este trabalho contagie todos para que a gente possa continuar nesta caminhada”, acrescentou.
Pedro Dannemann, professor do Curso, e Raissa Celina, representante das seis comunidades participantes do curso (Tavares Bastos, Pereira da Silva, Fallet, Júlio Otoni, Morro Azul e Santo Amaro), mostraram um compilado dos filmes feitos pelos alunos. No total foram produzidos sete filmes pelos alunos.
No segundo painel, moderado por Bruna Sorrentino, da Art Filmes, Maurício Hirata, diretor de Investimentos da RioFilme, detalhou a atuação nos últimos anos, os editais de produção e a distribuição de conteúdo audiovisual dos cineastas do Rio de Janeiro. Segundo ele, com apoio da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, foram investidos no ano passado R$ 62 milhões em 198 projetos. “Este investimento deverá gerar quase 11 mil e seiscentos postos de trabalho nos próximos dois anos no setor de audiovisual no Rio de Janeiro”, informou.
Manuella Braz, assistente da LC Barreto, representou Lucy Barreto que não pode comparecer ao evento. Ela ressaltou que a produtora sempre apoia este tipo de iniciativa e o curso, especialmente, “tem tudo a ver com o projeto de vida da Lucy”. Manuella explicou como será o estágio oferecido pela produtora ao aluno Marcos Furtado, adiantando que ele acompanhará a gravação da série documental “Eternas”, dirigido por Carla Camurati e produzido pela LC Barreto.
O terceiro Painel, moderado por Rozane Braga, diretora Geral da FBL Criação e Produção, debateu a diversidade no audiovisual e contou com a participação de Loran Santos, coordenador de Juventudes na ONG Cinema Nosso. Ele falou sobre o trabalho desenvolvido pela ONG, que nasceu na favela Cidade de Deus, a partir da produção do filme “Cidade de Deus”. Ele apresentou um panorama da entidade e seu alcance na formação de jovens no mundo audiovisual. Ela atua na formação de jovens nas áreas de cinema, séries, games, novas tecnologias e cultura digital. Em 20 anos de trajetória, Loran mostrou que o Cinema Nosso teve mais de mil crianças impactadas, cerca de 10 mil jovens formados e mais de 200 trabalhos produzidos.
Encerrando o evento, Sergio da Costa e Silva agradeceu à conselheira Lucy Barreto, ausente por motivo de saúde, pela colaboração na montagem do Seminário, assim como o empenho dos Conselheiros Steve Solot e Rozane Braga. Também destacou a sinergia entre este seminário e o anterior, de inclusão social através da música nas comunidades, mostrando que “a cultura se torna um importante instrumento de alternativas profissionais para jovens da periferia e muitos deles marginalizados por falta de alternativas.” Agradeceu, também, a presença dos Conselheiros Bruno Tete, Fernando Travassos, Celina Freitas, Maria Eugênia Stein, entre outros que prestigiaram o evento.