Representantes do Fluminense Football Club, do Clube de Regatas Flamengo e da SAF Botafogo participaram, dia 1º de março, na sede da ACRJ, de um debate sobre Compliance no Futebol. O encontro foi promovido pelos Conselhos Empresariais de Governança, Compliance e Diversidade e o de Esporte, Lazer e Desenvolvimento Social da ACRJ, presididos, respectivamente, por Humberto Mota Filho e Fabiana Bentes, e contou com a participação do presidente do Conselho Superior da ACRJ, Ruy Barreto Filho.
Durante a reunião, o presidente do Conselho, Humberto Filho, sugeriu a elaboração de propostas pelos clubes para a melhoria da Legislação Federal da SAF e da sua regulamentação, bem como a criação de boas práticas de governança para os times de futebol brasileiros.
Abrindo as apresentações, Maria Luiza Lima, membro do Conselho da Compliance, falou sobre o processo de governança e compliance no Vasco da Gama. Ela fez um resumo sobre as Sociedades Anônimas de Futebol, conhecidas como SAF, no Brasil. De acordo com ela, até setembro do ano passado, eram 58 SAFs, cujo perfil dos acionistas define a governança e o compliance nos times de futebol.
Yuri Sahione, membro do Conselho Deliberativo do Flamengo, disse que “falar sobre compliance no futebol é preciso ressaltar como os Clubes sempre olharam para o modelo associativo”. De acordo com ele, diversas pessoas e figuras ilustres do país se envolveram com seus clubes de coração, por paixão. “São pessoas que trabalhavam de forma voluntária e sem muita noção de gestão de um negócio que é o futebol como a gente entende e conhece hoje”, disse.
O vice-presidente executivo da SAF Botafogo, Jonas Decorte, explicou sobre o processo de adesão do clube à modalidade SAF. Segundo ele, o Botafogo, assim como outros clubes brasileiros de futebol, enfrentou vários desafios corporativos e financeiros que fizeram o clube passar pelo processo de transformação em empresa. “A captação de recursos com investidores estrangeiros e nacionais foi uma saída para sua própria sobrevivência e para fazer frente à enorme dívida que o clube tinha”, destacou.
Encerrando os debates, Heraldo Iunes Filho, vice-presidente de Interesses Legais do Fluminense, chamou a atenção para a diferença da governança e do compliance entre empresas de clubes de futebol e as que não tem a característica de um clube de futebol. “Em uma empresa com a capacidade de mobilidade como são os clubes de futebol, a governança e o compliance precisam ser vistos de outra forma. Porque nós lidamos com pessoas, os jogadores, que decidem a sua vida sempre que há uma partida de futebol. E o clube é a única empresa do mundo onde o empregado ganha mais do que o patrão”, disse.
Assista o debate na íntegra no Canal ACRJ Divulga no YouTube