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Objetivos da ONU para 2030. É hora de agir!

Objetivos da ONU para 2030. É hora de agir!

Por Paulo Milet (*)

Tanto o mundo empresarial quanto o governamental estão envolvidos no grande desafio de conseguir atingir até 2030 os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU. Esses 17 objetivos cobrem praticamente todas as áreas do conhecimento, da sobrevivência e do crescimento humano. Vale destacar a movimentação dos governos Federal, estaduais e municipais nessa direção. Simplificadamente, todos os programas de governo deveriam incluir esses objetivos, que se desdobram em 169 metas, e definir indicadores de acompanhamento. Assim, cada plano estaria montado!

Hoje, modernamente, também se cruzam os ODSs (governos) com as políticas ESG (ambiente, social e governança em português), onde as empresas se focam mais diretamente. Na verdade, essas duas metodologias de gestão (podemos chamar assim) se interpenetram e complementam.

O Estado do Rio de Janeiro criou para esse ano (30 anos da Eco92), o Projeto RIO2030 com o objetivo de apoiar e disseminar projetos focados nos ODSs, cujo quadro a seguir mostra quais são.

Vamos ver um resumo desses ODSs para podermos avaliar os próximos passos.

ODSs: 1 – Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; 2 Erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável; 3 – Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; 4Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; 5 – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; 6 – Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos; 7Garantir o acesso a fontes de energia fiáveis, sustentáveis e modernas para todos; 8 – Promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos;  9 – Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação; 10 – Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países; 11 – Tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis; 12Garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis; 13 – Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos; 14 – Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; 15 – Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade; 16 – Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis; 17 – Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Por esse resumo, podemos perceber que todos são igualmente importantes. Mas quero destacar que um deles é essencial para que os outros possam acontecer. Refiro-me ao ODS4 Educação!

Podemos perceber a função Educação como a diretriz que permitirá que as pessoas tenham uma vida equilibrada e saudável. Mas não podemos implementar ou cumprir qualquer ODS sem saber o que é, como funciona ou como alcançá-lo. Isso é Educação!

Contra a pobreza, a fome, a doença, o preconceito, a poluição, o desemprego, a falta de energia e de trabalho, a desigualdade, a ignorância em relação à vida na água ou na terra, a injustiça ou, enfim, a favor de unir esforços para a inovação, o crescimento e as comunidades para um desenvolvimento responsável e sustentável. Para tudo isso é essencial capacitação, treinamento e qualificação. Em resumo, Educação.

O conceito chave do ODS4 é o Lifelong Learning (aprendizagem ao longo de toda a vida) que significa que a Educação não acontece apenas até os 25 anos (como algumas estatísticas pressupõem). O aprendizado é permanente, já que o conhecimento e as tecnologias mudam e provocam mudanças em todas as profissões, além daquelas de cada indivíduo ao longo da vida.

Essas mudanças estão visíveis com Realidade Virtual e Aumentada (RV/RA), inteligência artificial, criptomoedas e blockchain, IoT, drones, impressão 3D, nano e biotecnologias, robótica, tudo acelerado pelo 5G e 6G, culminando com os esforços na direção do já famoso Metaverso.  Essas provocam outras mudanças nas habilidades e profissões atuais e formam novas profissões que terão que ser exercidas por todos, de qualquer idade.

Além de não acontecer apenas nessa faixa inicial de idade, a Educação acontece também “anytime” (qualquer hora), “anyplace” (qualquer lugar) e de modo individual/personalizado, como preconizam os métodos modernos de Educação à Distância (EaD). 

Claramente se percebe que os ODSs dificilmente serão alcançados até 2030 sem o uso intensivo de novas tecnologias, que geram um ganho exponencial de produtividade e geração de resultados, em muito superior aos métodos atuais, tradicionais e analógicos. Reunindo os conceitos dos ODSs com os de ESG, vemos que todas as pessoas e organizações tem que estar preparadas para, não apenas saber os conceitos, mas também para aplicá-los corretamente. Muitos investidores, financiadores, conselheiros, clientes e seguradoras já não priorizam empresas e projetos sem ESG e ODSs nos seus planos estratégicos e de compliance.

Voltando ao Projeto Rio2030, vale destacar a preocupação de não misturar os temas técnicos com políticos, principalmente para preservar a continuidade ao longo dos próximos oito anos. Projetos aderentes podem ser submetidos para o Rio2030 a qualquer momento em 2022, dentro de critérios de avaliação técnica, e obrigatoriamente cobrindo pelo menos um ODS. Quando aprovados, terão visibilidade ao longo desses oito anos. A organização que submeter o projeto tem que mostrar que é capaz de realizá-lo financeiramente, diretamente ou por meio de parceiros e patrocinadores.

A propósito, já estou preparando para submeter um projetobaseado em EaD para capacitação online nos ODSs. E Vocês? É hora de agir!

(*) Paulo Milet é consultor em gestão, Inovação e EaD,  presidente do Conselho de Educação da ACRJ e Diretor da Riosoft, formado em Matemática pela UnB, pós-graduado  pela FGV e CEO da eschola.com