Conselho de Governança e Compliance traz agora a bandeira da diversidade no nome
O presidente Conselho Empresarial de Governança, Compliance e Diversidade, Humberto Mota Filho, abriu a reunião mensal, realizada dia 11/3, anunciando que a partir de agora o tema “diversidade” é uma bandeira que vem sendo defendida pela ACRJ e que estará no do foco das discussões do Conselho. “Precisamos nos aprofundar e tratar este tema com mais consequência. É uma pauta importante e outro desafio que estamos assumindo. Espero contar com todos os conselheiros para agregar a diversidade ao nosso debate”, afirmou.
O tema da cultura organizacional foi o outro assunto do encontro, que apresentou o livro do conselheiro Luciano Porto, “Cultura empresarial: uma referência informativa e jurídica sobre as companhias abertas brasileiras” e contou com a participação de André Castro Carvalho, do Instituto Brasileiro de Direito e Ética Empresarial. O debate foi moderado pelo presidente Humberto Mota Filho.
Humberto Filho destacou que, apesar de ser “o tema do momento, a cultura empresarial é muito mais do que uma tendência e as empresas precisam cada vez mais fortalecer e reforçar sua resiliência para que elas possam ter vida longa”.
Luciano Porto destacou que este é um tema estratégico para as companhias e precisa estar na pauta das empresas. “Foi o que busquei estudar e demonstrar na minha pesquisa, resultando no livro, que faz um apanhado do que é a cultura empresarial, como ela é vista e apresentada pelas companhias abertas e sugestões de como lidar com a questão”, informou.
Ele explicou que a missão, visão e valor, muito divulgados pelas empresas, é o seu discurso para os públicos externo e interno. “Já a cultura empresarial é como a empresa lida com essa abordagem. É como cada funcionário, fornecedor e cliente enxerga esse tripé e o relaciona com a realidade daquela organização. É um conceito mais fluido, que varia com o tempo”, disse.
Segundo o autor, este assunto é importante em outros aspectos, como na busca de um emprego. “É importante que os profissionais conheçam a cultura da empresa onde pretendem se candidatar para saber se irão se adaptar a ela no médio prazo. Conhecer os critérios de remuneração, de premiação, de promoção, de motivação para trabalhar no dia a dia. Tudo isso é relacionado à cultura empresarial”, ressaltou.
E nada melhor para conhecer a cultura de uma companhia do que consultar dados públicos disponíveis graças às conexões que existem hoje. “Como o ranking das melhores para se trabalhar ou o site Reclame Aqui, que disponibiliza informações importantes sobre como a empresa lida com as reclamações e busca as soluções para seus clientes. Ou os próprios Procons, que mostram as empresas com maior acervo de questões judiciais”, exemplificou.
Luciano Porto lembrou que as empresas familiares também possuem sua rotina de gestão e uma cultura empresarial, mesmo em uma escala menor. “Nesse caso entram outros aspectos, como sucessão e transição.”
André Carvalho focou na questão da cultura da integridade, acrescentando que os negócios familiares, por exemplo, ainda têm dificuldade de enxergar o valor do compliance. “Em alguns casos, a percepção de sua importância só chega quando a empresa precisa negociar com uma multinacional, quando vai participar de um processo de licitação pública ou quando sofre alguma sanção e precisa se adequar e estar conforme por uma exigência legal”, constatou.
E destacou que a companhia familiar que tem a intenção de abrir capital precisa estar de acordo com a cultura de integridade. “O controle de tudo pelo dono de uma empresa familiar é conflitante com o compliance”, lembrou.
Os participantes lembraram que a cultura de uma empresa é um processo, tem que ser meta de longo prazo, precisa de investimento, comunicação e treinamento, entre outras ações, para que haja uma mudança de fato.
O debate na íntegra está disponível no Canal ACRJ Divulga no YouTube. Acesse aqui