O vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marco Antônio La Porta, foi o convidado da primeira reunião híbrida (presencial e online) do Conselho Empresarial de Esporte da ACRJ, realizada dia 3/11, após quase dois anos de encontros exclusivamente virtuais. La Porta fez um balanço da participação olímpica brasileira no Japão este ano, destacando o planejamento estratégico realizado antes da pandemia, para os Jogos que seriam realizados em 2020, e toda a readequação que foi necessária com o adiamento do evento para 2021.
“Sem planejamento estratégico e objetivos bem definidos não chegamos a lugar nenhum. Entre outros fatores, este planejamento prévio contribuiu para que o Brasil obtivesse bons resultados no Japão”, disse o vice do COB.
A reunião foi coordenada pelo presidente do Conselho, Lars Grael, e a vice Isadora Barbosa, e contou com a participação do vice-presidente dos Conselhos Empresariais, Alberto Blois. “Tudo isso se resume à liderança e à competência do Comitê Olímpico do Brasil e a ACRJ, através do nosso Conselho Empresarial do Esporte, é desde já parceira do COB”, ressaltou Lars Grael.
Este planejamento inclui, antes de tudo, suporte financeiro, cuja maior parte dos recursos, segundo ele, vem das loterias, de acordo com as leis promulgadas em 2001 e 2018. Esta última garante a gestão do repasse dos recursos para as confederações e também para aplicação direta em ações esportivas (missões e programa de preparação olímpica); no Centro de Treinamento Maria Lenk (um legado dos eventos de 2007 e 2016); no Laboratório Olímpico; e no desenvolvimento dos Jogos da Juventude.
Ele falou ainda sobre o programa de capacitações para profissionais do esporte, que capacitou mais de 20 mil pessoas em 241 cursos, e abrange os Programas de Gestores, de Carreira do Atleta e a Academia Brasileira de Treinadores. Outra iniciativa beneficiada pela Lei de 2018 são os Jogos da Juventude, que acontecem em todo o Brasil. “Mais de dois milhões de estudantes participaram nas seletivas municipais e estaduais em 2019, sendo 4.880 atletas na etapa nacional”, destacou.
Melhor participação olímpica no Japão
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, realizado este ano, foi a melhor participação brasileira na competição, com 21 medalhas, superando o evento de 2016 no Rio de Janeiro, quando o país conquistou 19 medalhas. O Time Brasil, no entanto, precisou superar o desafio de reorganizar e readaptar seu planejamento inicial com a chegada da pandemia, pois o COB havia destinado os recursos para as nove bases montadas no Japão e iniciado a preparação prévia dos atletas. “Os Jogos de Tóquio representaram um desafio inédito, que nos obrigou a uma readequação do planejamento, onde a prioridade foi a segurança de todos e a contenção dos riscos”, explicou.
Este trabalho contou com a criação de três bases de alta performance na Europa para treinamento de 200 atletas em condições seguras e a definição de um protocolo de segurança rigoroso para a ida das delegações ao Japão, com o monitoramento diário das equipes, realização de testes, isolamento, distribuição de equipamentos de proteção individual e vacinação. “Eram cerca de 700 testagens realizadas diariamente em Tóquio e nenhum caso positivo detectado durante os Jogos”, comemorou.