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Embaixador brasileiro destaca a boa relação do Brasil com o Irã

Em palestra no Conselho Empresarial de Política e Comércio Exterior da ACRJ, o embaixador do Brasil no Irã, Laudemar Aguiar, destacou a boa relação com o país persa, que é o principal parceiro comercial do Brasil na região do Oriente Médio e Ásia Ocidental. O diplomata falou sobre a relação Brasil-Irã durante a reunião virtual mensal do Conselho, a convite do presidente Eduardo Lessa Bastos, realizada dia 28/4.
Segundo Aguiar, o Brasil é grande exportador, principalmente, de carne bovina, milho e soja. Nos últimos 10 anos, segundo ele, houve um aumento de US$ 700 milhões para cerca de US$ 2 bilhões nas exportações, mas ressaltou que o ano passado registrou uma retração de 47% nos produtos exportados.
A expectativa agora, de acordo com o embaixador, é para o avanço nas novas negociações para suspensão das sanções dos Estados Unidos, que já declararam a disponibilidade para revisar os principais bloqueios impostos ao Irã. A condição essencial para a reversão deste cenário é que o país cumpra o acordo envolvendo seu programa nuclear, cujas conversas indiretas são mediadas pela União Europeia. O embaixador brasileiro acredita que resultados positivos gerados por essas negociações, podem abrir novas possibilidades para o Brasil.
“Hoje, o Brasil só pode comercializar produtos no setor de alimentos e saúde, farmacêuticos, por conta das sanções impostadas ao Irã. Esperamos poder expandir nossas relações com o país. Por isso, aguardamos o resultado dessas negociações e que pelo menos parcialmente as sanções possam ser suspensas. Espero que durante minha gestão na Embaixada eu possa contribuir e ampliar e comércio com o Irã”, disse, complementando que existe grande potencial também na área de turismo.
O embaixador também comentou sobre a questão da pandemia de Covid-19, destacando que o Irã está atualmente em lockdown, apenas com serviços essenciais em funcionamento e registra cerca de 2,5 milhões de casos, com o pico da doença registrado neste mês de abril. “O país já começou a vacinação, com vacinas doadas pela Rússia e China, e pretende acelerar o número de pessoas imunizadas a partir da produção interna. Hoje, quatro vacinas estão em teste no país”, informou.
Laudemar Aguiar encerrou sua participação reafirmando que o Irã é um país importante na região e apesar de ter uma cultura diferente da que temos no Brasil, ele destaca que “o povo é muito hospitaleiro, como o brasileiro. Poucos conhecem a complexidade do Irã, sua história. O país é um grande mercado para o Brasil. Cada país tem sua história, sua cultura e suas leis. É um país muçulmano, que tem costumes muito diferentes dos nossos, mas cabe a nós respeitar, mesmo sem concordar com determinadas questões, especialmente no que diz respeito aos direitos humanos”, afirmou.