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Modelo de concessão da Cedae não prevê aumento de tarifas acima da inflação

O superintendente da área de Estruturação de Parcerias do BNDES, Cleverson Aroeira, adiantou que, pelo Projeto Concessões Regionalizadas do Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do banco, para o Rio de Janeiro, “não haverá aumento tarifário acima da inflação por todo o tempo da concessão da Cedae”. A afirmação foi feita durante apresentação ao vivo pela internet, dia 30 de julho, promovida pelo Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano da ACRJ.

“O projeto não considera aumento real da tarifa atual da Cedae. A modelagem foi feita sem aumento e mantendo a tarifa social”, ressaltou Cleverson Aroeira. Segundo ele, a explicação para o não reajuste da conta é que quando se agrega aumento de produtividade, redução de custos operacionais e melhoria da base de arrecadação, diminuindo as ineficiências, a nova empresa vai faturar mais, perder menos e ter capacidade de alavancar o mercado, conseguindo destravar o volume imenso de investimentos, com a mesma tarifa.

Conforme o superintendente do BNDES, a inadimplência é de quase 30% e as perdas da água chegam perto dos 40%.  A Cedae fatura R$ 6 bilhões por ano, considerada uma empresa de grande porte e que arrecada muito, apesar de investir pouco, uma média de R$ 200 milhões anualmente.

O projeto de concessão da Cedae prevê investimentos de R$ 33,5 bilhões em 35 anos, sendo R$ 11,9 bilhões para água e R$ 21,6 bilhões para esgoto, contempla todos os municípios e tem estimativa de gerar 28 mil empregos adicionais. O objetivo é a universalização de água e o esgotamento sanitário, com destaque para redução de lançamento de esgoto na Baía de Guanabara e bacia do Guandu.

De acordo com Cleverson Aroeira, pelo projeto, a concessão será feita em quatro blocos, que representam os 64 municípios, atendidos pela companhia, e que foram divididos por áreas, incluindo a capital. A Cedae continua responsável pela captação e tratamento da água e as concessionárias ficarão com a distribuição da água tratada até os imóveis e pela coleta e tratamento do esgoto.

O superintendente destacou que há uma atenção especial para os problemas históricos do saneamento e que há previsto investimento mínimo obrigatório de R$ 1,8 bilhão na ampliação do sistema de abastecimento de água e de esgotamento sanitário das áreas irregulares do município do Rio. Aroeira adiantou ainda que existe interesse de operadores e fundos de investimentos e de pensão, incluindo internacionais, como árabes e canadenses.

Participaram do encontro virtual da ACRJ, os vice-presidentes de Desenvolvimento Estratégico, José Antonio do Nascimento Brito; Financeiro, Armando Mariante; e de Relações Institucionais e dos Conselhos Empresariais da ACRJ, Domingos Vargas, além da presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Isaura Frega. A palestra na íntegra pode ser acessada no Canal da ACRJ no YouTube.