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Os desafios econômicos do Rio pós-pandemia

“Precisamos de um Plano Marshall para a periferia metropolitana do Rio de Janeiro. Essa região nunca teve investimentos para infraestrutura condizentes com sua necessidade”, afirmou o presidente do Conselho Diretor da Assessoria Fiscal da Alerj e professor UFRJ, Mauro Osório, durante sua palestra para o Conselho Empresarial de Competitividade, Ambiente de Negócios e Segurança da ACRJ, nesta quarta-feira, 8 de julho.

O professor enumerou três fatores que explicariam o fato da economia do Rio estar atravessando a crise atual, como a perda de posição enquanto capital do Brasil, com a fundação de Brasília; um equívoco de estratégias no decorrer dos anos; e uma política que reproduz uma lógica clientelista a partir de 64. “O estado é a unidade da federação que menos cresce desde os anos 70”, explicou.

Para recuperar o estado, um dos pontos centrais seria repensar as periferias da cidade. “Um plano de investimentos poderia ser desenvolvido a partir do Banco dos Brics, para gerar emprego e atividades econômicas na periferia”, disse. 

O professor defendeu a necessidade de aproximar a moradia do emprego. Ele sugeriu a construção de uma mistura de prédios populares e de classe média na Zona Portuária, que fica próxima do Centro, área responsável pela maior parte dos empregos do Rio. “O local precisa ser culturalmente rico. Essa mistura não favorece a violência, pelo contrário, ela melhora as questões de tolerância e convivência.”

Entre as medidas que poderiam recuperar a nossa economia, ele destacou as potencialidades do Complexo Industrial e Inovação em Saúde no estado, que responde por quase 10% do setor no Brasil, com instituições como a FioCruz, Coppe e vários grupos de pesquisa. 

Ressaltou que o petróleo, outra força do Rio, tem dois entraves principais: a imposição da Lei Kandir, que impede que a maior parte dos impostos no setor permaneça no Rio de Janeiro, e o fato da maior parte da estrutura produtiva da commodity estar fora do estado. “Precisamos que os empresários do Rio lutem contra esta lei”, pontuou.O terceiro ponto apontado por Osório é a necessidade de articulação dos setores de Turismo, Entretenimento, Cultura, Mídia e Esportes, para trazer para o Rio uma “renda nova”. “Precisamos cobrar dos nossos políticos e lideranças empresariais ações transparentes do ponto de vista econômico para recuperarmos o Rio de Janeiro”, concluiu.