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Cultura terá novos desafios no retorno à normalidade

A área cultural, uma das mais atingidas com a pandemia da Covid-19, terá que se reinventar e buscar soluções que atendam a todos. Para isso, há uma série de desafios que precisarão ser enfrentados, tais como: protocolos sanitários para reabertura dos espaços culturais; manutenção dos acervos, inclusive dos museus; investimentos e realização de novas produções.

Os assuntos foram abordados em mais uma reunião virtual do Conselho Empresarial de Assuntos Culturais da ACRJ, nessa quarta, 10 de junho. Segundo eles, o coronavírus trouxe novos desafios e a tecnologia e a criatividade se transformaram em aliados fundamentais nesse período.

“Os planejamentos, que seriam colocados em prática ao longo de seis meses, aconteceram antes, na segunda quinzena de março, início do isolamento social. Esses planejamentos terão que ser repensados e vamos precisar olhar para todos os teles, como teletrabalho”, argumentou o presidente do Conselho Empresarial de Inovação, Comunicação e Tecnologia da ACRJ, Alberto Blois. Para o presidente, que foi convidado especial do encontro, em algum momento a situação vai voltar ao normal. “O novo normal está usando a tecnologia para a realização de trabalhos, de produções. A tecnologia, a informática, é transversal. É simplesmente uma ferramenta e não uma atividade fim. Temos que saber usá-la de modo eficaz”, alertou Blois.

E é o planejamento da abertura dos espaços culturais que tem também preocupado o setor. De acordo com os conselheiros, os museus, por exemplo, estão disponibilizando seus acervos para visitas virtuais, mas a manutenção presencial dos mesmos ainda é um desafio por causa da quarentena dos próprios funcionários.

O conselheiro Steve Solot, que também é responsável pela Política de Produção Regional da América Latina, Espanha e Portugal da Netflix, contou que a experiência, com a pandemia, é diferente para a provedora global de filmes e série de televisão via streaming. “Tudo foi impactado com a Covid-19, mas continuamos recebendo conteúdo do mundo inteiro e nossa demanda aumentou. O nosso desafio é a produção, já que algumas estão paradas e novas séries ainda não têm data definida. Depende dos protocolos sanitários de cada país, já que há aumento dos custos das produções. No Brasil, o protocolo está um pouco atrasado em relação a alguns países, inclusive da América Latina”, informou.

Outra preocupação é com a produção digital, que tem tudo para ser intensificada e pode ser uma saída para as artes. No entanto, é cara para a promoção de conteúdos de qualidade. Os conselheiros avaliaram também a possibilidade de espetáculos com realidade virtual. “É uma alternativa. Entretanto, como fica a situação do dono da sala de espetáculo? Um problema que envolve questões comerciais, mesmo com o uso de toda a tecnologia”, ressaltou Vera Tostes, presidente do Conselho Empresarial de Assuntos Culturais.

Na abertura do encontro, conselheiros e convidados fizeram uma homenagem aos artistas e personalidades que faleceram durante a pandemia. Entre eles, o compositor Aldir Blanc, os escritores Garcia Roza e Sérgio Sant’Anna, o romancista Rubem Fonseca, o ator Flávio Migliaccio, o acadêmico Murilo Melo Filho, o cantor Moraes Moreira, o economista Carlos Lessa, o jornalista Gilberto Dimestein e o teatrólogo e cineasta Jesus Chediak.