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Assim que a Covid-19 for vencida

Assim que a Covid-19 for vencida

Artigo do presidente do Conselho Empresarial de Turismo da ACRJ, Alfredo Lopes, publicado originalmente em O Globo, em 21 de março.

O mundo acompanha consternado a disseminação da Covid-19. O estado de pandemia trouxe, de imediato,  a proibição de eventos e viagens e a imposição de  quarentena, afetando sobremaneira o setor de viagens, um dos primeiros a sofrer com a drástica redução da atividade econômica. 

Dia a dia nos damos conta dos relevantes impactos em toda a cadeia produtiva do receptivo turístico,   e a falta de horizontes bem definidos nos mantém preocupados e alertas. 

Em alinhamento com os integrantes do Conselho de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que abrange setores como supermercados, shoppings e meios de hospedagem, além de diversas outras atividades do turismo receptivo, temos adotado, desde o princípio, postura proativa junto aos governos e concessionarias de serviços públicos para garantir que as medidas priorizadas na prevenção do coronavírus no Estado do Rio não prejudiquem por demais as empresas do setor.  

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) e o Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município (SindHotéis RJ) elaboraram cartilha explicativa, que foi encaminhada à hotelaria com orientações oficiais dos órgãos responsáveis, além de acompanhar diversas reuniões de alinhamento com os empreendimentos de hospedagem para garantir a disseminação de informações e posturas corretas.

Fóruns setoriais estão sendo promovidos com os gestores de recursos humanos, governança e recepção para reforçar orientações da Secretaria de Saúde e, também, de procedimentos com os clientes.  Para prestar total assistência aos empresários e garantir a multiplicação de informações atualizadas, temos participado de diversos grupos de crise formados pelo governo do estado. 

Orientações aos setores de RH relacionadas às questões trabalhistas, assim como assessoria jurídica para esclarecimentos de dúvidas sobre políticas de cancelamentos, vêm sendo transmitidas exaustivamente. Tudo isso acompanhado de um intenso diálogo com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio Hoteleiro e Similares do Município do Rio de Janeiro para que os procedimentos sejam amplamente repercutidos juntos aos colaboradores do setor de hospedagem.

Estamos monitorando as ações governamentais em âmbito federal, estadual e municipal, buscando mapear as ações na área civil, trabalhista, tributária e na esfera política, atualizando e debatendo informações e orientações em tempo real. Criamos um comitê interno de crise para dar total transparência e garantir a agilidade necessária para a proporção deste cenário. 

O mercado de viagens parou. Mas as contas não deixam de chegar. Assim, temos pleiteado junto ao Legislativo a prorrogação de impostos. Encaminhamos às esferas federal, estaduais e municipais os pleitos do setor para que seja concedido o diferimento do pagamento e prorrogação dos prazos do IPTU, ISSQN, ICMS, Imposto de Renda, Simples Nacional, CSLL, PIS, COFINS, além da desoneração da folha de pagamento para os empregadores com isenção do recolhimento de INSS e FGTS por um período determinado.

Os números são impressionantes e alertam para a gravidade do cenário. No início de março, a ocupação da rede hoteleira estava em torno de 70%. Na virada desta quinzena, contamos com 15% dos quartos ocupados. Olhando para o futuro, o SindHotéis RJ lançou, nas redes sociais, uma campanha com o slogan – “Remarque sua viagem, o Rio te espera! Não cancele, remarque”. A mesma postura vem sendo adotada por diversas entidades do turismo para minimizar o impacto drástico dos cancelamentos. 

Seguimos comprometidos em combater a propagação do vírus em nosso estado e assegurar que os empresários possam retomar as atividades a pleno vapor assim que a Covid-19 esteja vencida. Quando as fronteiras puderem ser reabertas, estaremos de braços abertos para receber nossos visitantes.

Alfredo Lopes é presidente do Conselho de Turismo da Associação Comercial do Rio de Janeiro, da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro e do Sindicato dos Meios de Hospedagens do Município.