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CE de Governança e Compliance debate empresas familiares

O Conselho Empresarial de Governança e Compliance da Associação Comercial do Rio de Janeiro recebeu, na manhã desta sexta-feira, 3 de maio, o professor da Fundação Dom Cabral (FDC) Dalton Sardenberg, que apresentou a terceira edição do relatório Retratos de Família. O documento, produzido pela KPMG e a FDC, contém um panorama das práticas de governança e perspectivas das empresas familiares brasileiras. 

Com dados de 217 empresas familiares de todas as regiões brasileiras, o relatório analisa as informações sobre as práticas de governança dessas famílias, seus anseios, expectativas e planos. Responderam a esta terceira edição 217 líderes das empresas em questão. O propósito da publicação é de apresentar informações precisas e atualizadas sobre os negócios de família brasileiros, com a intenção de que a empresas se identifiquem com os resultados apresentados para contribuir para a ampliação das boas práticas de governança corporativa.

Uma das maiores conclusões do relatório é a constatação, segundo Sardenberg, de que o país tem “empresas familiares mais longevas” : 43% desses negócios já estão na segunda geração da família atuando na empresa, enquanto 19% deles estão na terceira geração. Estes 62% são mais do que as famílias ainda na primeira geração das empresas, que totalizam 31%.

De acordo com o perfil das empresas familiares participantes, 93% delas são de capital fechado, que “não são obrigadas a ter instrumentos de governança”, de acordo com o professor. O relatório aponta que apenas 4% de empresas familiares se encaixam no grupo de empresas de capital aberto.

A pesquisa também destaca os pontos fortes das empresas familiares, de acordo com os próprios entrevistados pela pesquisa: 54% consideram como maior vantagem competitiva a tomada de decisões rápidas e flexíveis proporcionadas pelas empresas familiares, 42% destacam a marca forte ou presença de mercado, 40% citaram o atendimento ao cliente, enquanto 33% consideram a capacidade empreendedora a maior força das empresas familiares. “Se esses são os pontos fortes, são eles que consideramos como o grande desafio do processo de sucessão dessas empresas”, afirma o professor. Ele exemplificou, no caso, a tomada de decisão rápida, opção escolhida pela maioria dos entrevistados. “Quando você tem o fundador da empresa presente, o processo de decisão realmente flui e ele é rápido. Mas quando passo para as gerações seguintes, com primos, por exemplo, tomando a decisão juntos, os interesses comuns da primeira geração não são mais eventualmente coincidentes.”

A partir desse ponto, Sardenberg apresentou que, para 85% dos entrevistados, as boas práticas de Governança Corporativa são consideradas muito importantes para o sucesso da empresa familiar, seguido por harmonia e comunicação entre as gerações da família. Sobre a sucessão das empresas, 55% dos participantes responderam que há familiares da próxima geração interessados em participar da gestão da empresa, com apenas 13% afirmando considerar que a próxima geração está preparada para assumir o desafio. 

A pesquisa também apresentou algumas estruturas de governança identificadas nas empresas familiares. No âmbito da governança familiar, por exemplo, 56% disseram ter acordo de acionistas, 46% afirmaram ter planejamento sucessório e 45% alegaram possuir um conselho familiar. “Sabemos como o acordo de acionistas é um elemento importante para a forma como os fundadores veem aquele negócio”. Segundo ele, o acordo é essencial para dar garantias às empresas nos processos sucessórios das empresas familiares.

Ao fim da apresentação, que introduziu muitos outros dados que podem ser encontrados aqui, o Presidente do Conselho, Humberto Mota Filho, sugeriu ao palestrante uma versão do relatório que contemplasse a realidade das empresas familiares do estado do Rio de Janeiro. “Estudamos muito o país e as políticas públicas nacionais, estudamos muito as grandes causas, e muitas vezes esquecemos de um corte regional. Gostaria de entender a realidade do Rio de Janeiro”, afirmou.