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Armínio Fraga faz palestra na ACRJ sobre reforma da Previdência: “É preciso envolver todo mundo”

A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) recebeu nesta terça-feira, 12 de fevereiro, o economista Armínio Fraga para a abertura do “Almoço do Empresário 2019”, que falou para 180 empresários e jornalistas, trazendo um olhar sobre a Reforma da Previdência e os desafios do novo governo na área econômica com cenário de “colapso das finanças públicas”.

“Os gastos do Governo todo, somando previdência e folha de pagamentos, chega a 28% do PIB. Colômbia e México, por exemplo, gastam de 8% a 10% menos”, evidencia o economista, que defende frentes de ação como a consolidação do respeito ao estado de direito no Brasil, a capacidade de atrair investimentos em infraestrutura, os ajustes fiscais e a privatização, com a reestatização do Estado, mas sem que este tenha empresas.

Em relação à proposta da reforma previdenciária, Armínio alerta que deve ser impactante, igualitária e que garanta uma economia de 2,5% do PIB ao ano. Para ele, a proposta atual de redução de cerca de R$ 1 trilhão no pagamento de aposentadorias em 10 anos representaria uma queda de 1,5%, percentual, o que não sanaria o grande déficit que existe.

A ideia é implementar um modelo único, com a implantação de benefício básico. “Caso o Congresso faça muitas emendas e dilua, vai para 1%. Precisamos de ajuste maior para o país deslanchar. Se fizessem uma reforma mais impactante, poderia ir para 2% do PIB e, se sair a MP do combate à fraude, poderia chegar até 2,5%”, explica.

Para o economista, não deve haver diferenciação previdenciária para nenhuma esfera governamental, já que esse é o maior item do gasto público. “Eu acho que os militares vão entrar. A reforma deve levar a uma certa convergência, certamente dos regimes privado e geral”, avalia. Fraga ainda reforçou que a proposta sugerida pelo governo de Michel Temer foi bem feita, mas por ter sido apresentada há cerca de três anos, é fundamental que se faça mais. “O único caminho bom é o da unificação geral. Tem que envolver todo mundo. Todo mundo contribui. Isso não vai acontecer da noite para o dia. A briga será lá no Congresso”, reforça.

Em relação ao trabalho que vem sendo feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, Fraga afirma simpatizar com a agenda que ele propõe. “O Estado não precisa de empresa, é uma sobrecarga gigante em cima dele”, aponta. Sobre as desigualdades sociais e política nacional, o economista é enfático: “Não é verdade que o crescimento do país tem que vir antes da correção das mazelas da nossa sociedade. As pessoas precisam de oportunidades, sem as quais não há paz e nem tranquilidade”, finaliza o ex-presidente do Banco Central.

Assista a palestra na íntegra aqui